by semcor
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Nunca me contaram que saudade era feita do que também não se viveu. Estive com aquele olhar murcho por estar distante (em tempo ou espaço) daquilo que vivi com coisas ou gentes. Ninguém tinha me dito, mas, era sobre essa saudade que tinha um neurônio conversando comigo dia desses.
Dessas de você ter encontrado com alguém, ter feito tanto, e sentir falta do que não fez. Você talvez não tenha olhado como gostaria; ou quem sabe não contou as histórias que lhe dão prazer. É provável que essa saudade seja mais dolorosa porque, ao contrário da mais comum, é uma espécie de saudade-arrependimento. Isso se, quando por lá, ou quando com o alguém, você realmente pensava em fazer tais coisas que hoje te dão saudade.
Nunca me contaram sobre isso. Não sei o que estaria sentido se o tivessem feito. O complicado é que o neurônio começou a bater-boca comigo falando que essa saudade era daquelas que dura feito construção de prédio ou viagem pra ver a avó no interior. E a sensação, claro, é de estar dentro do carro olhando pro pôr-do-sol através do retrovisor. Pode ser belo, pode não ser. Realmente, pode não ser.
O neurônio continuava a insistir sobre tudo aquilo. E eu ficava em dúvida sobre valer a pena meu olhar murcho. Porque havia um processo de retornar ao comum ou à insistência no mesmo. Não entendia mais onde era novidade, onde era repetição, o que era saudade mesmo. Sei que estava com a sensação de estar arrependido das convicções e confuso todas as novas incertezas. Convicto da saudade, repetindo incertezas e batendo-boca com as convicções.
semcor
abraço’s
Parabens Semcor, muito bom o texto! To aqui morrendo de saudades do que ainda nem vive!
abracos