Chegamos ao fim da série de três postagens especiais sobre cultura e relevância. E claro, a música fica por último por óbvias razões marketeiras, mas existe algo mais: eu preciso admitir que sou um viciado em novidade.
– Ouviu falar daquele som?!
– Não…quem é?
– Os Fulanos, rapaz! Nunca ouviu?
– Nunca ouvi falar…
– Fala sério, tá perdendo
– Me diga uma coisa…é novo?
– É! Saiu mp3 semana passada…
– Hum…aonde eu clico?!
Logo, eu esperei um pouco mais, porque a qualquer momento alguma boa novidade poderia surgir e entrar na lista. E então, quando se trata de redescobrir essa música enfadonha dita “cristã” dos últimos tempos, é que o assunto me instiga. Não tem nada a ver com dever nada a ninguém, não tem nada a ver com ter de escrever num blog. A questão é o prazer de sentir sonzeira boa na playlist, descobrir que tem gente com cérebro, alma e espírito fazendo arte nesse planeta no qual eu e você habitamos.
Pois bem…as dicas de hoje estão misturadas. Algumas coisas já foram citadas rapidamente aqui no DIVERSITÀ. Outras deram apenas um “oi!”, outras você já ouviu falar demais. A verdade é que esse post é para uma organização melhor no blog das coisas indies que eu curto e que, se você preza pelos seus ouvidos, precisa ouvir também.
MUTE MATH ou…
…matemática fácil é para poucos.
Romper com o típico parece estar nas entranhas do Mute Math. Não creio que a escolha do seu primeiro single foi à toa. A letra de Typical diz nas entre-linhas que o melhor é estar de um outro lado, onde o típico não existe – já diria Borges que a beleza é comum. E eles realmente não estão do lado clichê da música atual: foram contratados pela Warner Music, gravaram a nova versão do tema dos Transformers, tem página própria no Youtube com mais de 80 vídeos, vão aos talkshows americanos com frequência. E detonam…como detonam!
O caminho de ouro para o Mute Math em 05 links:
1. mutemath.com
2. letras
3. download do álbum inteiro no iTunes
4. o melhor elogio feito na internet
5. a melhor perfomance na tv não foi no Letterman
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Randall Goodgame ou…
…a felicidade é para poucos.
E nessa vida cheia de momentos feelgood e feelbad, Randall Goodgame continua cantando. O cara que já lançou 4 CD’s solo, um em parceria e ainda é muito desconhecido em sua terra natal, imagine aqui debaixo da linha do Equador. Ele faz um estilo folk alternativo, com momentos a la James Taylor, com momentos a la Jack Johnson. Mas tudo isso pode estar errado, pois na internet é muito difícil achar algo dele para ouvir por inteiro. O seu trabalho em War and Peace levou-o a ser finalmente reconhecido pelo Christian Music Today, e foi divulgado na lista de 2005 como um dos 10 artistas independentes que você precisa conhecer. Assino em baixo.
O caminho de ouro para Randall Goodgame em 05 links:
01. o melhor site pessoal dessa lista
02. os 10 artistas independentes de 2005 na CMT
03. yes, he has a blog!
04. coletivo de música independente
05. os fãs fazem vídeos, mesmo que ele não faça
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Jonezetta ou…
…cantar sem compromissos é para poucos.
Eles não te devem nada, nem a ninguém mais. Eles só querem fazer você dançar. Isso é Jonezetta. Eles tem aquela cara de mal-encarados e isso tudo é marketing da moda nova do rock retrô. Sim, eles têm barba mal-feita e isso também não importa. O que importa é que eles fazem os hits mais dançantes e desconcertantes da Tooth & Nail. E não estão nem aí para o que você vai pensar. O clipe é mais desconcertante ainda e eles também não ligam para a sua aprovação. Descobriram que música compromissada demais não respira, não vive e não promove isso para outros. Assim é o Jonezetta.
O caminho de ouro para o Jonezetta em 05 links:
01. “to communicate…”
02. três estrelas e meia no CMT
03. letras
04. get ready!
05. sim sim, eles são cool
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Mister Distler ou…
…um som para todos é para poucos
Das bandas citadas, Mister Distler deve ser a que menos tenho informações. Apresentada pelo amigo Pedro, que agora vive na pequena e maravilhosa cidade de Piratininga, terra do grupo, faz um pop/rock (des)preocupado. Sim, é isso que está na entre-linhas do seu release: uma séria irreverência influenciada por sons bem brasileiros como Lenine e O Rappa. ParaTodos é o primeiro álbum e, nas poucas informações que estão disponíveis na internet, o clima do Mister Distler é de aconchego e diversão bem brasil.
O caminho de ouro para o Mister Distler em 05 links
01. sim, eles tem um myspace
02. o youtube é uma coisa legal
03. vamo lá no quintal, cantar e rir
04. o segredo do sucesso é estar perto
05. guitarrista que manda muito
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Os Reis da Cocada Preta ou…
…reinado humilde é para poucos
Ensaiar o suficiente pra não fazer bobeira; ousar o suficiente para não ficar apagado; fazer além para alcançar ao menos um. Os Reis da Cocada Preta estão dispostos a tocar o som que diverte a eles e diverte muito a quem vai aos seus shows. Suas músicas tanto inflamam como fazem platéias pararem a bagunça para pensar. A capa do CD veio cheio de idéias simbólicas que nos fazem pensar sobre o que é de verdade ser rei nesse mundo de “Rainhas da Idade da Pedra” (Queens of The Stone Age) ou dos “Golpes” Bêbados (The Strokes). Bandas que influenciam bastante no som, mas, muito pouco no conceito. E isso é muito bom.
O caminho de ouro para os Reis em 05 links
01. todo mundo começa aqui
02. a imagem é importante
03. e relacionamento também
04. quem precisa de fitinha demo em tempos de youtube?
05. clipe oficial
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A verdade é que existe pouca ou quase nenhuma informação em português no Google sobre esses artistas. Eu me entusiasmo de verdade com as coisas que eu gosto e faço questão de divulgar aqui, com prazer que não ousem questionar =).
Ricardo Oliveira
…ao som dos Móveis Coloniais de Acaju.
PS.: MUITO obrigado pelos 3.000 clicks, galera!
só uma pergunta
eu preciso dizer que sou tua fã?
não neh?
as bandas são ótimas e ver os reis aqui eh um orgulho.
to feliz
beijos querido
;****