Numa dessas providências celestiais bem engraçadas, fomos ao Cinemultiplex 5 e o paizão mandou uma pré-estréia dos Simpsons de presente. Não, eu não sabia que existia a possibilidade. Mas, realmente aconteceu. Hoje ainda são 23:21h do dia 16 de agosto de 2007, um dia antes da estréia nacional do filme mais esperado da década; o DIVERSITÀ já viu Os Simpsons – O Filme.
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Não posso dizer que sou grande fã da série. Até porque tenho a idéia de “grande fã” aquela pessoa que tem os DVD’s, canecas, camisetas, livros que falam sobre sua paixão. Mas, se um dia eu tiver dinheiro o suficiente para gastar com miscelância de algo que goste muito, o universo de Springfield estará entre os primeiros da lista. Isso porque sempre me fascinou a idéia dessa família amarela, estranha a todos e, ao mesmo tempo igual todos nós. A imagem que postei hoje cedo reflete bastante essa conexão com a série:
Os Simpsons, depois de suas 18 temporadas na TV, finalmente chega aos cinemas e vem com uma baita autoridade de quem tem experiência e sabe o que fala. Por diversas vezes me lembrei da questão Shrek: muitos criticam a trilogia do ogro pois, em alguns momentos ela realmente força a barra tentando mostrar suas críticas ácidas à cultura pop. Não é assim nos Simpsons. Falar mal da América ou, assim como Tarantino, mostrar como é delicioso usar a culturapop para criticá-la, é algo totalmente natural ao mundo Homer.
E ser uma família da qual gostamos também deve ser outro problema: como podemos amar e ter tanto prazer em assistir algo tão desasjustado como Os Simpsons? A resposta é simples e está no enredo do filme. Nós amamos ver os assuntos atuais (a questão ambiental, por exemplo) tratados com bom humor e, ainda mais, adoramos os vacilos e as redenções do Homer. Sim, pois os roteiros de TV, assim como no filme, são sempre a história de um dos membros da família (Homer, em especial) cometendo um grande erro e suas descobertas enquanto arruma a bagunça.
Suas críticas à igreja (e como estão mais fortes no filme – inclusive com referências que certamente irritarão certa ala religiosa no Brasil), ao governo e aos costumes do atual american way of life, já são encaradas como sábias; e realmente são tudo aquilo que gostaríamos de dizer, mas não podemos, não devemos ou, quem sabe, preferimos deixar para que os amarelinhos digam.
A possível destruição de Springfield, como eixo central da história do filme, é uma ótima metáfora sobre a experiência do universo-simpson. Seria possível um dia isso tudo acabar, graças aos novos valores, mudanças no jeito do mundo ver TV e cinema? A temática é forte e paira sobre todo o filme. Bart, em sua cena clássica do castigo ao quadro-negro escreve: “eu não vou fazer download desse filme na internet”; o nerd da loja de revistas em quadrinhos registra a profetada do vovô com seu celular – e nossa memória já pensa no Youtube.
Uma cúpula então pode ser colocada sobre Springfield, numa tentativa de domá-la e mantê-la num lugar seguro. Assim, poderíamos controlá-la caso fira nossos conceitos e a liberdade poética (sim, pois acho esse humor muito poético) seria limitada. Esses limites então atingiriam os valores dos próprios Simpsons e, mais uma vez, levam Homer a entender a idéia de sacrifício.
Muitos acusam a série e seu universo de ser algo que destrói a idéia de Deus e família. Mas, me parece que é o oposto que acontece: no filme, o personagem de Flanders pela primeira vez é valorizado de uma forma diferente, em que os valores de paternidade são aclamados. E, assim como sempre aconteceu na série, Homer Simpson descobre que ele não vive somente por seus desejos impulsivos, mas, assim como todos nós, vive pelo outro e, somente com o outro é possível encontrar solução.
Ricardo Oliveira
…feliz pelo presentão da semana.
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nice nice
tem um brother meu que EH fã.
ele gasta 140 paus todo mes, com uma temporada de dvds.
doido.
oq eu to fazendo aqui que ainda não fui ver –‘
bateu aquela invejinha agora de vc queridinho.
mas passa
HAUIAHIAHUAHUIHAIU
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