Ah, a internet! O que seria dos pirados por música, pela nova música que vai brotando por aí que nem filho de sertanejo. Myspace e YouTube são os canais que reservam as melhores surpresas, aquelas mais legais. Assistindo um Durval Discos você sabe que há tempos atrás (quando a gente ainda tava brincando de ser óvulo) a parada era ir nas casas de vinil e vasculhar, vasculhar, ouvir e comprar. Depois vieram os CD’s e tudo ficou caro demais e com cara de shopping. Depois…Napster, KaZaA, eMule, Rapidshare e lá vamos nós.
Pra ajudar, os blogs hoje são essa espécie de filtro que a gente vai encontrando reportagens “indies” sobre “indies”. E foi numa dessas vasculhadas que achei a caboverdeana Mayra Andrade.
Mayra tem o perfil daquilo que chamariam muito fácil e imaturamente de world music. Você precisa entender que isso é rótulo barato pra gringo que gostou de música do ‘terceiro mundo’. Mas você e eu não vamos cair nessa, eu sei. Ela faz música boa e cantando em creolo, que é uma língua que serve quase como elemento percurssivo nas canções da moça. Das letras você às vezes pegará algumas palavras, pois ele tem clara influência do português. Mas não se engane, vai precisar de tradutor pra pegar a idéia. Coisa que pretendo fazer, com a ajuda de alguns amigos que desenrrolam alguma coisa do creolo.
Já sobre a sonoridade, fica evidente a influência da moça pela música brasileira. O que pode soar estranho, já que Cabo Verde fica na África e nossa origem musical vem um bocado do continente. Mas a questão do gosto de Mayra pela boa musicalidade de terra brasilis você encontra clicando aqui nesse vídeo que só vale alguma coisa pelo registro do audio: uma doce interpretação de A Felicidade de Jobim e Vinícius.
O seu debut, Navega é de uma musicalidade ímpar e desses que você se perde ouvindo tamanha a qualidade. Se você me pedir comparações pra entender melhor enquanto ainda não ouviu, pense numa Maria Rita, porém, mais viva, como uma Roberta Sá. Não é tão difícil dizer que Mayra promete mais que a filha de Elis Regina, se pensarmos na variedade e dedicação existentes nos arranjos entre todas as 14 faixas do álbum. Exagero ou não, obra que merece atenção e ouvido dedicado aos que estiverem em busca de um violão bem tocado com uma voz doce (elegantemente rouca, às vezes) passeando em cada melodia feita na medida para ela.
Ricardo Oliveira
“sementes de sonho”…Uau
Já to amando esse negócio ;) heheh
Valeu mesmo Ricardo!
Muito obrigada pelo super incentivo.
amei
boa dica…
Um achado!