A notícia na Folha avisava que o site era uma nova empreitada ambiciosa para derrubar o YouTube. O que você precisa entender é que o jornalista que arrisca dizer isso merecia um desconto no salário ou demissão mesmo. O Hulu foi lançado ontem e o que a Folha acertou é que realmente trata-se de uma “empreitada ambiciosa”.
O que é? Um portal que aprendeu com a crise que as produtoras de cinema e tv enfrentam nos últimos anos. O Hulu permite que os americanos assistam gratuitamente filmes e séries populares na internet. Os usuários tem acesso a episódios dos Simpsons, Arrasted Development, The Office, Family Guy, Saturday Night Live, 30 Rock, além de outras séries e filmes como Sideways, A Era do Gelo ou Eu, Eu mesmo & Irene. Sim, é verdade. Tudo inteiro, em altíssima qualidade e (aleluia) com código de incorporação em sua página. Big idea, dude.
O portal impressiona no design elegante e na facilidade de uso. Pena que realmente é exclusivo para os gringos. Se você tentar assistir alguma coisa verá uma mensagem afirmando que sua região não está liberada. É óbvio que isso não incomoda tanto usuários brasileiros, afinal o download de séries aqui já é mais popular que o BBB.
Mas, por que então, o Hulu não pode derrubar o YouTube? Simples: são duas coisas totalmente diferentes. O YouTube não é TV na internet, mas um canal de relacionamento (mesmo que em nível baixo) através de publicação e espectação de vídeos. A concorrência que pode existir entre os dois portais está nas parcerias entre as grandes redes. O YouTube ganhou ainda mais popularidade quando big names da televisão americana começaram a investir em seus próprios canais, divulgando material personalizado e, obviamente, evitando o excesso de problemas com direitos autorais – isso, sem citar os virais. O que o pessoal não entende é que a força do YouTube não está totalmente no que você assiste. Mas, sobretudo, na idéia de compartilhar o que você quiser, com quem desejar, quando bem entender.
O gás no YouTube
Enquanto o Hulu é lançado e em seu blog pessoas do mundo inteiro protestam a exclusividade para americanos, o YouTube começa a investir para aumentar ainda mais sua popularidade.
- Código aberto – os donos do portal tiveram a sacada de seguir uma das tendências da Web 2.0: agora você pode utilizar a tecnologia youtubeana na elaboração de seu website. Nas palavras do G1: “desenvolvedores de sites podem permitir que usuários classifiquem os vídeos ou os adicionem numa lista de favoritos em seus próprios sites. Eles podem ainda personalizar e controlar o programa de reprodução que exibe os vídeos no YouTube em suas páginas.”
- TV Digital – se as pessoas agora podem assistir TV na internet através do Hulu ou Joost, porque não, então, assistir YouTube no aparelho televisor? A TiVo entendeu que essa é uma pergunta interessante e resolveu apostar. Afirmam que nesse ano os usuários de TV digital conectados a essa rede poderão baixar vídeos do portal diretamente nos gravadores digitais e assistir. O interessante é que há poucos meses o YouTube lançou a novidade de postar vídeos em altíssima resolução. Junte isso a uma cena independente de cinema, curtas, videoclipes de bandas indies. O resultado pode ser simplesmente avassalador no quesito facilidade de divulgação e absorção de material novinho.
Onde vamos chegar? Eu gosto muito de tudo isso.
Ricardo Oliveira
Li em vários sites essa notícia e estava esperando alguem se manifestar explicando a realidade.
Booooa!