Sucesso nada ordinário
Filão, cara. O espetáculo era às 20h. Umas 17h já devia ter gente formando fila (foto, de Guto Zafalan) pra comprar o ingresso. Peguei a tormenta pra adquirir pra minha irmã poder ver a parada. Bom, ela disse que gostou, então valeu a pena (vi a peça na sexta, confira). A assessoria do festival diz que apróx. 900 viram a peça somente neste sábado.
Um filme sensorial – apesar de se preocupar claramente em seguir uma linha narrativa, não faz disso seu foco. Logo, não chega a ser um filme de “momento” propriamente disso. Mas, claramente, de interpretações da garota do seu primeiro beijo. Obviamente são as impressões que Esmir deseja passar e ele faz tudo bem-feito, arrumadinho. Em alguns momentos chega a ser um tanto forçada a coisa de parecer assim, plástico. Mas é bastante válida sua percepção sobre os sentidos na adolescência. Um belo e singelo filme, assim como música final, cantarolada pela Fernanda Takai.
LIÇÃO DE FOGO, de Larissa Claro (documentário, 40′)
Interessante ela pedir desculpas antes do filme ser exibido. Falou abertamente que seu filme tinha falhas e também virtudes – disse que esperava então, que a gente as encontrasse.
Pra mim foi duro assistir toda a primeira parte do documentário de Larissa. Narração em off e vinhetas intercalando temas, já não me cabem mais – como já não uso sapato social há muito tempo. Logo, a questão passa a firmar-se somente na temática e não na estética. Realmente é aí onde o filme ganha valor enquanto registro histórico e provocativo. Um documentário que retrata a história da produção, lançamento e pós-(operatório) de O Salário da Morte (foto acima) – o único longa de ficção paraibano filmado em película. Em determinado ponto do filme, já perto do fim, a temática se problematiza: a obra foi um desastre financeiro e de público. A culpa então, é de quem? Apesar de não achar nada interessante propor tal disputa na montagem, o ponto levantado não deixa de ser relevante, enquanto propõe discussões a respeito de produção, estilo e ousadia na cinematografia paraibana. Ao término, O Salário da Morte soa como uma praga irônica na história: um objeto único do cinema desta terra, que por tamanho desastre que foi, parece ter influenciado por anos que ninguém ousasse fazer nada parecido.
Micão
Não falarei dos outros filmes da noite. Isso, não porque foram os micões. Mas porque foram totalmente prejudicados pelo king-kong. A noite no Bangüê começou atrasada e, tudo bem, os maiores festivais de cinema do país atrasam. O porém, veio nos créditos de Lição de Fogo: algum apressadinho tratou de apertar o botão de stop bem na hora que os nomes da equipe (que parecia estar presente) começaram a subir. Gritaria. Não funcionou, o filme de Esmir Filho já estava rodando.
O que houve de mais grave?
É necessário ser franco e sem fru-fru, porque o caso é seríssimo e antigo: o sistema de som do Cine Bangüê é um caso de junta – e eu sei que vocês me entendem. Não existe solução a não ser a completa reformulação do projeto eletroacústico do ambiente. O último curta da noite e o longa foram totalmente prejudicados por isso (óbvio que os anteriores também foram). Em O Grão aconteceu o caso já clássico ali dentro: filme brasileiro; o som estava baixo; gritaram pra que aumentassem; regularam um pouco; muito pouco; gritaram mais; não adiantou: em menos de 30 minutos de filme o som simplesmente parou.
Essa foi a hora que deixei a sala. Desculpem, nesse festival ou, até que se tenha notícias de que tudo foi consertado, não volto mais ao Bangüê.
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Domingão
Hoje inicio a oficina de poesia com Chacal (se conseguir acordar, veja a hora que postei) e logo mais à noite tem espetáculo de dança do rio. Também vai rolar espetáculo paraibano no teatro de arena e pra encerrar a noite, a charmosa Céu.
Vejo vocês por lá.
Confira a programação completa do XII Fenart.
Ricardo Oliveira
hauauaauhauha
Pra mim, foi umas das melhores coisas: Saliva.
Ah, eu ouvi quando alguém gritou: “deixa os créditos”
:O