Ainda sobre Apenas uma vez, amigos, reflitam comigo:
– A partir dos pensamentos de Eduardo Valente na crítica que postei aqui no blog, podemos entender que há uma intenção clara da direção de usar do naturalismo para dar ênfase à beleza das situações. Ora, os dois protagonistas sem nome (sim, isso é importante) são realmente dois cantores que, dizem rumores, depois do filme tem pouco interesse em seguir carreira no cinema. A atuação deles não tem nada de especial no sentido técnico ou clássico do que pensamos num filme romântico: eles simplesmente são eles. É nesse trajeto que percebemos a beleza de tudo. São realmente eles cantando as canções que compuseram e, obviamente, viveram (aqui, tomando o devido cuidado de não associar o enredo às suas vidas – eles continuam atuando ali).
– Hoje, pesquisando material sobre o filme, encontrei uma página muito interessante no portal da Fox Searchlight. Em meio a bastante material que ainda não tive tempo de conferir, existem vídeos dos nossos protagonistas divulgando o filme através de pockets shows com as canções. É nessas horas que, os envolvidos com cinema, diante da beleza das situações (do filme e do “real”), se deparam com perguntas como: dá pra separar uma coisa da outra quando isso parece estar no seu DNA? E quando isso é fato, não é daí que surge toda a beleza?
Confiram os vídeos, respectivamente, de When your mind’s made up e Falling Slowly e, logo abaixo de cada um deles, os links para o YouTube com cenas do filme mesmo.
When your mind’s made up no filme
Ricardo Oliveira
ricardo!
vou tentar trocar o papel pelo blog!
juro que vou
hahaha
=*
É, depois de tantas postagens a respeito do filme, resolvi baixar pra dá uma conferida. E gostei do filme, mas com algumas ressalvas.
Li agora tua crítica ao filme e concordo com boa parte dela. O cara realmente tem carisma e o filme foi muito bem ambientado na melancólica Dublin com seus problemas com a classe trabalhadora e imigrantes, nesta produção com ares documental.
Uma pessoa interpretando uma música é um evento suficientemente comovente (para ter certeza disso tive que me lembrar de “Piaf – La Vie en Rose”), mas também pode ser cansativo se isto acontecer durante quase todos os 86 minutos. Interessei-me algumas vezes no relacionamento dos protagonistas, mas a relação inocente não se desenrolou (não falo só fisicamente) e ficou em segundo plano, em detrimento da música.
Mas, resumindo, gostei sim do filme, até porque gosto da temática de separação nos moldes em que foi realizada. Pessoas que se gostam têm de lidar com necessidade de se afastarem. E isto no filme foi muito bem representado não só na relação do Homem com a moça, mas também dele com o seu pai.
é isso aí, Valeu pela dica Ricardo.
o/
Eae Joel, prazer ler seu comentário.
Apenas alguns pontos…
…a crítica na verdade é do Eduardo Valente. Queria eu ter a maturidade crítica que ele já tem, heheheheh! =]
depois, entendo teu posicionamento, é um filme realmente intenso em relação à quantidade músicas…intenso mesmo. Eu tive uma relação bem específica com ele, pq sou músico, componho, então foi uma coisa que mexeu um bocado mesmo.
Mas é isso ae…vc levantou pontos importantes e que merecem atenção =]
big abraço
Muito legal e um pouco desconcertante ver os clipes e verificar que nossos heróis são eles mesmos na vida real.
O naturalismo das atuações de Once faz as interpretações mais sofisticadas de Hollywood parecerem grotescos trejeitos de cinema mudo em comparação. Faz-me sentir um pouco idiota por curtir filmes em que sei que os protagonistas estão sendo pagos para ser (e eu estou pagando para ver) como ninguém é na vida real. Dá vontade de reposicionar todo o meu universo crítico-narrativo.
Entre outras coisas, acho que “Apenas uma vez” é um filme seminal porque até agora interpretações naturalistas estavam reservadas para filmes totalmente herméticos, de salas de arte, filmes áridos do tipo que o público geral não tem ferramentas (isto é, saco) para engolir. Não que Once seja um blockbuster, mas a ternura da história simples e das [nenhumas] interpretações é desarmante para qualquer um que se disponha a parar para ouvir.
Coisa de fábula, ao mesmo tempo da vida real e de Era uma vez.
Paulo,
eu ainda estava em dúvida quanto às impressões vendo esses vídeos.
Até que duas cenas me pegaram pelo pé:
1. Ele gritando com a mesma intensidade ao final de When Your Mind’s Made Up.
2. Ela com aquele sorrisinho tímido, quando a camera está em close, perto do fim de Falling Slowly.
Tudo igual. Coisa incrível.
Esse filme por acaso vai passar aqui ou já vem em dvd?