Se não temos ótimos diálogos neste Hitchcok ou uma história realmente atraente, a sua capacidade inventiva na direção de cenas é impressionante. É na segunda metade que o ritmo passa a ser bem mais interessante e inovador para a época. Desde uma câmera que começa a passar mais tempo ligada dando mais tensão, até planos curiosos de dentro de um copo ou uma repentina câmera subjetiva ao final. A fotografia tem uma forte carga expressionista nos contrastes altos do preto e branco, na iluminação fugidia, fazendo uso dos ambientes fechados de um modo que nos lembra também Cidadão Kane.


Por fim, a brilhante participação de Salvador Dali no filme através dos desenhos elaborados para o sonho:
Quando Fala o Coração (Spellbound) – Alfred Hitchcock (1945)
Ricardo Oliveira