Com 13 indicações ao Oscar 2009, O Curioso Caso de Benjamin Button é um filme que tem grandes coisas a nos dizer. Este feito é sem enormes pretensões, como nas tentativas de Forrest Gump – que tem sido colocado como referência de forma equivocada. Temos aqui a confirmação de que o diretor David Fincher (O Clube da Luta) é um cineasta versátil e interessado nas essências escondidas do povo americano. Vale a pena atentar em como ele conseguiu imprimir na carismática e estranha figura interpretada por Brad Pitt uma beleza amarga pela situação vivida: nascer como velho e simplesmente ir ficando mais novo – portanto, não conseguir amadurecer naturalmente. As descobertas, vivências, o vigor físico são detalhes que se invertem como um relógio que anda para trás. É nesta obra (que faz uso sutil e sábio da tecnologia digital e dos efeitos especiais) que Brad Pitt continua se afirmando como bom ator, perto de uma Cate Blanchett sempre primorosa. Um filme que merece mais do que uma estatueta da Academia de Cinema Americano – mas nem David Fincher (como afirmou recentemente), nem nós ligamos muito pra isso. A gente apenas sabe que é um belo filme.
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Texto originalmente publicado no Guia Cenário Cultural. A edição desta quinzena está disponível a partir de hoje em diversos pontos da cidade (cinemas, principais bancas de revista, shoppings, bibliotecas, pontos de cultura, etc). Confira um preview aqui desta edição.
Ricardo Oliveira
“estranha figura interpretada por Brad Pitt uma beleza amarga”
Resume bem o personagem e até o filme.