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(Matéria de capa do Vida&Arte do Jornal da Paraíba desta sexta-feira 06/03/09. Ainda não vi o filme – em breve, a crítica)
Guerra fria. O medo constante pela iminência de uma explosão nuclear. Nas ruas, crimes e violência – um relógio parece anunciar o fim. Pessoas comuns, interessadas em justiça, passam a vigiar e observar seu país (uma outra América), usando máscaras e combatendo marginais. Tornam-se herois sem super-poderes e recebem reconhecimento do povo. Entretanto, o governo americano passa a questioná-los e cria uma lei que impede qualquer pessoa de usar máscaras para combater o crime. Grafites nas ruas perguntam “quem vigia os vigilantes?”, já que estes, em Watchmen – O Filme, são tão humanos, falhos e passíveis de cometer crimes como quaisquer outros (veja a lista abaixo dos personagens principais).
A graphic novel escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons foi consagrada pelos fãs, nas últimas duas décadas, como a melhor de todos os tempos. Não é à toa: a qualidade do texto, a criatividade da história e a beleza do traço de Watchmen, deram a Moore e Gibbons o status de gênios desta arte. O modo como os dois escolheram contar a história de herois mais humanos tem ritmo cinematográfico: em um quadro estamos numa época, noutro já temos um flashback e falas sobrepostas. Adaptá-lo para a sétima arte seria, inevitavelmente, um projeto de grande porte e muita ousadia. O megalomaníaco por efeitos especiais Zack Snyder topou.
Acontece que, enquanto o cenário do seu filme anterior, 300, era quase 100% digital, desta vez Snyder escolheu produzir nada menos que 200 sets de filmagens. Afinal, a história de seu filme é bastante urbana, mas não totalmente: ao menos um 1/4 dela se passa numa versão digital de Marte. Com um enredo recheado de ação e explosões, Snyder se deleitou.
Alan Moore é o mesmo nome responsável por outras séries de quadrinhos consagradas, como V de Vingança, Constantine e A Liga Extraordinária. Todos eles foram adaptados como blockbusters para o cinema. Nenhum, entretanto, passou pelo crivo de Moore. Crítico de tudo (até da indústria na qual está inserido), o autor afirmou que não assistirá Watchmen – O Filme, mas ainda assim o considera um lixo.
Sem nenhuma grande estrela no elenco, o blockbuster tem investido em uma pesada campanha de marketing para garantir seu público. Já foram divulgados na internet vídeos com até seis minutos. Um dos filmes mais aguardados de 2009, porém, foi desprezado pelo Box Cinemas e perdeu a Sala 5 para O Menino da Porteira.
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Os Personagens de Watchmen (segundo a ordem da foto acima).
O COMEDIANTE Cínico e desiludido, tem como símbolo o sorriso amarelo, que acabou por se tornar o ícone da série. Sua morte é o estopim da história.
ESPECTRAL A “segunda geração” de uma mesma heroína, já que se envolve na vigilância apenas pelo desejo de sua mãe, a Espectral original. Seu relacionamento com o Dr. Manhatan está em crise.
DR. MANHATAN Resultado de um acidente nuclear, Jon Osterman é o único heroi que realmente tem super-poderes. Chegou a ajudar os EUA na Guerra do Vietnã, mas hoje é descrente na humanidade.
OZYMANDIAS Com inteligência sobre-humana, Adrian Veidt deixou o heroismo por questionar a real eficiência dos Watchmen. Tornou-se um homem de negócios muito rico com as empresas Veidt.
CORUJA Assim como Espectral, é a segunda versão de um mesmo heroi. Seu uniforme faz referência direta ao Batman e ele já foi parceiro de Rorschach. Com a prisão do amigo, retorna ao seu alter ego.
RORSCHACH O justiceiro se depara com a morte do Comediante e passa a investigá-la. Percebendo que existe uma possível conspiração contra os mascarados, tenta reunir seu antigo grupo.
Ricardo Oliveira