A história de Distrito 9 já nos foi contada outras vezes. No “mundo real” ou no cinema, pouco importa: vivenciamos as mais diversas situações sobre segregação. O que há de original na premissa do diretor Neill Bloomkamp é apenas um detalhe que radicaliza o contexto. Se o apartheid poderia fazer negros ou brancos se culparem mutuamente na África do Sul, um movimento segregacionista com extraterrestres nos prova que todos podem ser desumanos. A analogia do “não-humano” permeia do toda a lógica do filme e é saboroso ver a destreza de Bloompkamp construindo-a: pouco a pouco, o protagonista Wikus (um fiscal das atividades dos aliens), vive uma redenção longe de caminhos piegas hollywoodianos. Sua infecção é o estopim do filme e leva-nos a amar ou odiar o personagem a cada cena. O enredo tem pequenos deslizes, normais para um diretor iniciante, como as relações de poder um tanto exageradas. Entretanto, a capacidade de Bloomkamp de contextualizar uma ficção científica dentro de favelas é tão bem elaborada, que logo esquecemos destes erros. Distrito 9 é um filme a ser estudado, discutido e apreciado por muitos anos.
Originalmente publicado no Guia Cenário Cultural.
Bom comentário!
axei o cenario e os efeitos muito massa! Como vc disse alguns deslizes de enredo mas eh um filme de ficção muito bom vale a pena assistir!