Fotos: Alê Gustavo / Blenderhead Studio
TED é um evento criado em 1984, a princípio, para falar sobre inovação em tecnologia, entretenimento e design. Com o passar do tempo, o evento acabou por agregar novas possibilidades, mais engajadas e preocupadas com relevância social no planeta. Logo, seu slogan resume tudo: ideias que merecem ser espalhadas. O TEDxSP é a versão brasileira da coisa, realizada de forma independente (recebe apenas os direitos de usar o nome). A programação aqui no Brasil foi realizada pela Webcitzen em parceria com a produtora Colmeia e aconteceu no Teatro da Móoca, anexo à faculdade Anhembi-Morumbi.
Participar do TEDxSP foi um desafio. Eu sabia que estaria em São Paulo no dia (14 de novembro) e eu sou fã das TED Talks (versões em vídeo que podem ser assistidas gratuitamente na web). Acontece que a seleção do evento é bastante audaciosa, por assim dizer. O formulário não te pergunta em quê você é formado ou coisas do gênero, mas o que você tem a oferecer ao Brasil e ao mundo; o que você já fez de importante na sua vida. Ou seja, coisas pra lá de subjetivas e que medem muito pouco as capacidades de alguém. Entrei no clima e esperei, até que enfim, fui aceito, graças a uma forcinha do amigo Wilian Olivato.
A produção foi incrível: havia conforto, qualidade, comida abundante e, considerando um evento gratuito para quem participou (sim, eu disse gratuito), era de se ficar boquiaberto. Os palestrantes selecionados passaram pelo excepcional, agradável e desnecessário. Sim, a meu ver, havia alguns nomes que, apesar de terem algo importante a dizer, não sabem como lidar com a situação de expôr bem suas ideias.
O objetivo desse post é compartilhar um pouco do que aprendi por lá, de forma resumida. Afinal, se eu tive a mega oportunidade de estar num evento importante, para apenas 700 pessoas dentro da imensidão nacional, seria estupidez não trazer ao menos algo legal do que recebi. Os palestrantes foram convidados a responder a pergunta “o que o Brasil tem a oferecer ao mundo hoje?”. Seguem algumas ideias:
10 coisas importantes que eu aprendi no TEDxSP 2009
01. Augusto de Franco (Designer de Redes Sociais). Quanto mais você aumenta o grau de conexões de uma rede, menor o mundo fica. Isso incentiva, nestas redes, atores sociais engajados, inovação, criatividade. Logo, líderes em potencial surgem e algo importante é revelado: 1% de toda a rede é capaz de puxar ela inteira. “Small is powerfull”.
02. Casey Caplowe (Diretor de arte da Good Magazine). “Você nunca muda as coisas lutando contra sua existência. O ideal é criar algo novo que torne o velho, obsoleto”, Bucky Fuller. Casey acredita que o Brasil tem a oferecer ao mundo o “awesomepower”.
03. Denis Burgierman (Jornalista). “Problemas bons são aqueles que podem ser redefinidos”. O Brasil é cheio de problemas mal-definidos e os problemas são o combustível para uma comunidade criativa. Auto-governo é a solução.
04. Fábio Barbosa (Presidente do Grupo Santander). “Se esta geração não deixar um mundo melhor para os nossos filhos, ao menos deixará filhos melhores para este mundo”.
05. Fernanda Viégas (Designer, pesquisadora do Media Lab – MIT). A apresentação dela foi mais um panorama da ferramenta genial chamada Many Eyes. Nela, qualquer pessoa pode cadastrar uma base de dados e transformar a informação em algo visual.
06. João Paulo Cavalcanti (publicitário – LiveAD, BOX1824). O Brasil é o país da paixão pelo outro, aberto ao diálogo. Isso nos permite ser o país da colaboração.
07. Regiza Cazé (atriz). “O Brasil pode ser a vanguarda do anti-gueto”.
08. Ronaldo Lemos (advogado e representante do Creative Commons). Quando Chris Anderson veio ao Brasil, ele fez apenas uma exigência: encontrar-se com uma grande cantora de tecnobrega de Belém do Pará. Enquanto gravadoras no Brasil lançam menos de 100 CDs por ano/cada, o Tecnobrega lança em média 4.000 títulos por ano de forma independente. O Brasil tem por volta de 2.000 cinemas, 2.600 livrarias, 5.000 bibliotecas públicas e mais de 90 mil lan houses.
09. Roberta Faria (jornalista responsável pela revista Sorria). Roberta fez seu primeiro milhão antes dos 30 e doou inteiro ao GRAACC. Alguns dos seus segredos: boas intenções nunca bastam; grandes aventuras pedem companhia; mobilização é chave: se todos os chineses pularem juntos, um terremoto vai acontecer sim.
10. Paulo Saldiva (patologista). “No Brasil a gente pode morrer de infarto, mas nunca de tédio”.
Ricardo, que oportunidade em mano, legal demais, esses tempos atrás assisti uns vídeos do TED gringo falando sobre física quantica, doidera hehehee… Ou queria saber mais detalhes sobre o que você aprendeu aí em mano, me interessei no lance de Mobilizar. A gente se fala.