O mapa de alcance inicial do projeto Jampa Digital, a ser lançado na próxima sexta, dia 19.
Laptop na Calçadinha? Ainda não…
Ao som da cantora Pitty milhares de jovens se reunirão na próxima sexta, no Busto de Tamandaré. É a inauguração do Jampa Digital, novo projeto da Prefeitura Municipal de João Pessoa. E a despeito de todas as possíveis segundas intenções políticas que um evento como este traz no ano de eleições, comemoremos: inclusão digital de forma mais direta. Mas quais as implicações?
Em primeiro lugar há uma implicação mercadológica: investir em barda larga sem fio pela cidade é oferecer mais vendas ao mercado de dispositivos móveis em geral (desde iPods, iPebas, iPhones, Ching-lings e afins). O mercado oficial possivelmente ganhará algum plus e o informal também. O Shopping Terceirão deve comemorar.
Em segundo lugar será possível o desenvolvimento de ações de mídias locativas na cidade: a promessa é que, até dezembro, 85% do território de João Pessoa terá wi-fi grátis. Para além das intenções de governança 2.0 da prefeitura (o que é aplaudível), os usuários poderão se mobilizar mais facilmente no uso territorial da informação. Do mais complexo GPS ao mais simples uso do Google Maps, estará à disposição de quem quiser, a possibilidade de elaborar mapas de ruas esburacadas, ruas não-calçadas, regiões onde há maior índice de determinados problemas, como criminalidade, esgotos quebrados, etc. Ou seja, a informação ganhará um caráter mais informacional, beneficiando os dois lados: os cidadãos que precisam de soluções e o governo que precisa solucioná-los junto ao povo. O poder público está preparado para lidar com esta gama de possibilidades? Provavelmente não, mas o tempo responderá.
Em terceiro lugar, a questão da segurança: eu não estou a par dos índices de assaltos na região da orla de João Pessoa, mas nós sabemos que boa parte da Av. João Maurício não é exatamente segura depois das 19h; o Busto de Tamandaré já foi palco de tiroteios entre bandidos e policiais; a região das barracas na orla do Cabo Branco não é frequentada só por figuras confiáveis. O que dizer? Que será possível utilizar laptop no meio da rua? Não, isto ainda é impossível em João Pessoa. Um smartphone até chega a ser possível, mas (dependendo do horário) ainda me sentiria inseguro se não estivesse dentro do carro. Com o alcance de até 800m para dentro de Tambaú, Manaíra e Cabo Branco, fica claro que o ideal será utilizar dentro dos restaurantes, bares, lanchonetes e hoteis da região.
Em quarto lugar, a questão da banda: não, a Pitty não. Estou falando da banda larga mesmo. A promessa é de uma Internet em alta velocidade, mas a Secom não informa em seu release qual a velocidade de conexão. Garante apenas que cada link aguenta 400 pessoas conectadas ao mesmo tempo. É bem provável que não se tinha uma web para carregar rapidamente vídeos ou ouvir webrádios, mas apenas para consultas rápidas de e-mails e sites noticiosos. É válido, mas a informação poderia ser mais completa: saber a largura da banda é essencial para o desenvolvimento de projetos inovadores que utilizem esta possibilidade.
Inclusão digital para quem? Para quem possue laptops, Ipods e congêneres? Acho muito difícil um verdadeiro excluído se beneficiar desse projeto. Rotulem a iniciativa de qualquer outra coisa, mas não passa de mais uma benesse à classe média alta para cima, quiçá ao setor hoteleiro. Rotulá-la como projeto de inclusão social é, no mínimo, ingenuidade.
Existe um número bastante elevado de venda de celulares “genéricos”, tipo smartphone, entre as classes C e D…foram o número bastante expressivo de venda de computadores para estas mesmas classes. Caso o projeto chegue a alcançar 80% da cidade, ao menos parte da ideia de inclusão digital já estará em andamento. Entendo sua preocupação, mas os dispositivos móveis vem deixando de ser um “luxo da classe média” e se tornando cada vez mais populares, assim como o computador pessoal.
“Ingenuidade” talvez seja não perceber a nova conjuntura que vem se estabelecendo de popularização do acesso a tecnologia entre as classes menos favorecidas. Porém, uma coisa é evidente: lançar o projeto primeiro na orla e não na zona sul, por exemplo, é evidentemente uma jogada política.
Creio que com o passar do tempo grande parte dos pessoenses tenham acesso, as vendas desses equipamentos(celulares “genéricos”, tipo smartphone, entre as classes C e D)aumenta gradativamente à medida que o preço dos mesmos caem. Em principio (jogada política) começa pela praia, mas com o tempo boa parte dos bairros serão beneficiados. É uma boa.
é com pesar que deixo meu comentario sobre o "jampa digital"
moro em Brasilia e estive de ferias em JP agora em maio de 2011
infelizmente pude constatar que esta bela capital, que tem toda a possibilidade de ser uma das mais evoluidas do país, mais uma vez está participando de um projeto que NÃO FUNCIONA!
obviamente deve ser mais uma destas maracutaias, que so existem no nome
lamento ao paraibanos por mais uma vez serem enganados
meus pêsames ao JAMPA DIGITAL
mais uma vez, muito dinheiro deve ter sido desviado ao ser implantado