Fotos: Guto Zafalan e Anderson Silva
Todas as opiniões expressas neste post representam a minha visão como jornalista cultural e blogueiro e, de maneira nenhuma, são algum pronunciamento oficial da Funesc ou da assessoria de imprensa do 13º Fenart. E que me desculpem os preguiçosos de leitura, mas este post tem que ser gigante, já que eu não escrevi nada aqui durante o Fenart inteiro.
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Acabou. E neste ano eu estive no Fenart “por dentro”. Em 2008, quando cobri o evento pela primeira vez como blogueiro, eu já pude conferir mais de perto o clima da coisa toda. Frequentar a sala de imprensa é ouvir histórias que te antecipam situações e opiniões de quem trabalha na produção do festival. Este ano não foi diferente neste aspecto, mas em outros, muita coisa mudou.
A proposta
Tendo em vista a nova administração da Funesc, houve uma clara proposta para o Fenart 2010. Homenageando Sivuca, haveriam menos nomes “pop” ou “rock” da música nacional e figuras mais da MPB e da cultura regional. Hermeto Pascoal, Antônio Nóbrega, Dominguinhos, João Bosco e Lenine compõem este segundo grupo. Frejat talvez tenha sido a exceção mais pop e menos ligada a cultura nordestina deste ano. Além disso, em todas as noites do festival, tocaram artistas locais, como Adeildo Vieira, Eleonora Falcone, Dida Fialho, Beto Brito, Renata Arruda e Cabruêra (sendo este o último o único representante pessoense mais “rock”). A indignação de certos grupos locais por suas novas bandas indies não tocarem no Fenart é sempre grande. Grande e chata. Estão ainda precisando se descobrir e também ajustar a sintonia da comunicação com a Funesc: o problema está dos dois lados.
A segunda parte da proposta é aquela ligada à produção de conhecimento e capacitação artístico-cultural do público do evento. Foram dezenas de palestras, oficinas e seminários com nomes de peso de cada área: Sérgio Branco (editor da Fotografe Melhor) e Thales Trigo (consultor internacional) em fotografia; Mário Nascimento (premiado e reconhecido nacionalmente) na dança contemporânea; Zuenir Ventura (que é o vovô mais legal do mundo) em literatura; Kiko Freitas, Ney Conceição e Diego Figueiredo em música instrumental. Isso só pra resumir e também relembrar: todos os eventos desta área foram gratuitos.
A mídia
No quesito “estar vendo de dentro”, a parte que me diz respeito é a mídia. Recebi o convite do assessor de imprensa da Funesc, o amigo André Cananéa, para trabalhar no time de suporte durante o festival. Ele queria montar uma equipe ligada em redes sociais, que pudesse dar ao Fenart algo inédito: marketing de relacionamento, assessoria e buzz nas mídias sociais. O desafio era grande: teríamos de montar uma estrutura sem tempo para reuniões estratégicas, sem tempo para traçar rumos e afins. Como já conheço um pouco André, sabia mais ou menos o que ele pretendia, e ele também confiava no que eu iria propor. Não seria nada miraculoso e nem foi.
Trabalhamos com mais vigor em três frentes sociais: Twitter, YouTube, Orkut e transmissões ao vivo no Ustream. Tendo o site como base informacional, o Twitter serviu para buzz, relacionamento e informação (dúvidas e notícias); o YouTube para a divulgação dos FenartCasts (videocasts com pré-produção e cobertura do festival); o Orkut (assim como o Facebook), para buzz e bastante para tirar dúvidas. A ideia era sempre levar o público a se conectar ao site, onde estavam centradas as matérias, conteúdos extras, links para outras redes sociais e a programação completa do evento. O que posso dizer? Funcionou muito bem: mais de 800 seguidores no Twitter, mais de 100 amigos (e exposição de marca para milhares consequentemente) no Orkut, mais de 1000 visitas em 17 vídeos no YouTube e mais de 45 mil visitas no site. Tudo isso em 23 dias. Mais? Chegamos ao Trending Topics Brasil no dia da divulgação da programação oficial, 07 de maio. Ficamos por mais de 2 horas entre as 10 palavras mais tuitadas.
Os problemas? O maior deles talvez tenha ver com a noção de “assessoria de imprensa”, mesclada com “relações públicas”: não estávamos representando uma empresa, mas sim um órgão público. Fazer isso é bem mais complicado, já que os cidadãos, corretamente, sentem-se no direito de cobrar qualidade (são seus impostos em jogo). Assim como também há o problema das dimensões da organização, das escolhas de princípios a se levar a coisa toda. No caso do público, alguns são mais chatos e aproveitam a abertura que as redes sociais tem para ironizar, polemizar, retrucar sem educação. Outros aproveitam esta mesma abertura para elogiar, curtir, entrar no clima. A grande maioria (basta seguir a palavra “fenart” no Twitter) esteve seguindo a segunda linha. Porém, precisa ficar claro: se uma assessoria de imprensa não responde a sua dúvida, não é porque ela não quer, mas sim porque a organização (1) não quer responder através de comunicados oficiais e prefere agir e resolver o problema; ou (2) prefere simplesmente não responder, pois não se trata de um posicionamento oficial (carta, documento ou via imprensa). É claro que nessas horas muitas vezes surgem sinucas para a assessoria e a coisa fica tensa. Mas nada que uma noite de sono não resolva. Pretendo falar com mais detalhes sobre isso na oficina do Intercom-NE (oficina!? é, falo mais depois).
Duas coisas importantes para finalizar o quesito mídia:
1) Este foi o Fenart do digital e da jovialidade. Sugeri a Cananéa e ele topou com tranquilidade: convidaríamos blogueiros para participarem como imprensa. Isso quer dizer o que? Que eles teriam credenciais com o mesmo peso dos grandes canais de televisão e dos jornais daqui. E sabe o que é mais legal? Eles sempre surpreendem. Alguns se dão bem com essa ideia, outros não levam tão a sério. Alguns fazem coberturas opinativas essenciais a um evento como esse, outros produzem mais conteúdo jornalísticos que os grandes meios. Mas, uma das coisas mais significativas: a sala sempre estava cheia de gente muito jovem perto dos padrões de 2008. Estudantes com os seus 18, 20 anos estavam lá, de crachá no pescoço, câmera na mão e vontade na cabeça: queriam entrevistar Lenine, Zé Maranhão, Hermeto Pascoal, Jessier Quirino, Paulo Moraes (da Cia Armazém). Todo mundo. Pautas que não entram nos grandes meios, mas estão lá nos blogs. Basta seguir a tag #blogueirosnofenart (eles mesmos criaram) e conferir o conteúdo bem legal que produziram.
2) A seriedade do trabalho de André Cananéa. Com alguns 15 anos de jornalismo, André atualmente é editor do caderno de cultura Vida & Arte (do Jornal da Paraíba) e assessor da Funesc. Já cobriu os principais festivais de música do Brasil e, desde 2008, quer trazer o profissionalismo de mídia que viu lá, para o Fenart. Neste ano ele foi ainda mais exigente. Quem recebeu os releases por e-mail sabe: prévias completas, fotos de qualidade (dos grandes Anderson Silva e Guto Zafalan) e a disponibilidade para informar à mídia tudo que ela precisasse. Não é à toa que TV UOL, Rolling Stone e Revista Cult vieram e saíram satisfeitos com o trabalho do time. Denise Vilar e Giulliana Costa formaram a trinca oficial da Funesc e completam este trabalho de primeira. Bábara Wanderley, Carol Queiroz e eu estávamos como o plus durante o festival.
O extra: pouquíssimo tempo antes do Fenart começar eu tive uma ideia maluca. Convidei meu amigo Feliciano Neto (professor da Idez) para produzir um infográfico em flash com a programação do festival. Ele topou e falou com seu coordenador, Aerton. A Idez entrou na jogada e topou a parceria. O infográfico foi um sucesso e uma das páginas mais visitadas do site oficial.
Os problemas
Vários. Graves, muito graves e leves. Alguns deles vocês nunca saberão. Outros, vocês viram e reclamaram, com direito. Havia no Fenart deste ano um problema de ordem estrutural no quesito produção de evento. Trabalhar com apresentações múltiplas é um risco que se corre, tendo em vista que, algumas delas, serão com equipamento de som nas alturas. O caso de “Medéia” foi muito grave. O caso da Mostra Competitiva de Audiovisual foi meio grave. E o caso de atrasos é leve. Afinal, todo festival atrasa e tem dias que o atraso vira sério. Mas quem foi noutros dias, sabe que grandes atrasos aconteceram só na primeira noite.
A grande polêmica girou em torno da cobrança de ingressos. Sobre isso, eu tenho algumas considerações:
a) O primeiro argumento que eu mais li foi: “por que está se cobrando pra entrar no Fenart?”. Dezenas de pessoas (sim, foram dezenas) perguntavam ao perfil do festival nas redes quanto custaria pra ver Lenine e Frejat. Sempre com muita paciência eu respondia que os shows da praça do povo eram de graça. Gratuitos mesmo, assim como todas as dezenas de oficinas, workshops, palestras e seminários, assim como as diversas apresentações no Teatro de Arena, Praça do Povo e auditório Zé da Luz. Entre mais de 160 atrações, apenas umas 20 foram pagas (aquelas que aconteceram às 19h e 20h no Banguê e Paulo Pontes). Ou seja, por volta de 80% do Fenart era gratuito. Mas porque tudo não era gratuito? Eis a minha opinião pessoal: as últimas edições do Fenart (2008 e 2005) já não eram 100% gratuitas. Isso porque a Funesc descobriu com o tempo que a gratuidade no Banguê e Paulo Pontes dava margem a um problema nas apresentações. Quando tudo era gratuito, várias pessoas corriam para as salas climatizadas apenas para descansar e de quebra levavam seus 15 filhos que perturbavam a calma que um espetáculo teatral ou filme exige. Assim foram criados ingressos simbólicos para valorizar estas sessões. Claro: eu não duvido que as quantias arrecadadas também serviam para terminar de pagar as contas das outras edições do Fenart. Não se iludam: nem sempre toda a grana pública prometida realmente chega a tempo e nem sempre todos os patrocinadores são suficientes.
b) Foram feitos uns dois dias de protestos, organizados em comunidades no Orkut. Acompanhei a organização deles, suas motivações expostas e um pouco do que foi feito lá dentro da Funesc. A viabilidade do protesto já é questionável: se o objetivo era expor um “problema grave de cobrança de ingressos”, que se fosse direto à imprensa local ou se procurasse oficialmente a organização do evento. Protestos são feitos quando ninguém lhe dá ouvidos. Parte da imprensa, sem nem mesmo ver protesto acontecendo, se pronunciou a respeito. De tanta oposição desenfreada que tem por aí, era só levar a pauta pra alguma editoria que isso seria publicado e tinha muito mais barulho que as 6 pessoas de preto, espalhando panfletos sem nexo (com afirmações do tipo “paraibanos insatisfeitos”, quando havia em média 10 mil pessoas por dia passando por lá) e tentando fazer barulho.
Mas, o mais questionável desses protestos (que me desculpem a sinceridade) é a hipocrisia. Todos os protestantes queriam diminuir a credibilidade do festival, mas foram vistos por lá aproveitando as programações gratuitas que lhe interessavam ou tomando uma cervejinha em algum bar do festival. Curioso, não? Quer protestar contra possíveis roubalheiras por questões políticas? Fique em casa. Se você veio aproveitar a programação gratuita que te interessava, por que não se pronuncia a respeito também? Ou você acha que os artistas que você foi assistir não ganharam cachê que veio do seu bolso? Além dessa hipocrisia, parte de tudo isso é drama de coletivos organizados na cidade, que choramingam as migalhas do governo que não recebem (por hora se gloriam da independência, outra hora choram porque não recebem nada público – se decidam). E aqui me refiro a qualquer governo e não somente este. São desde coletivos universitários naquele velho clima “jornalismo revolucionário que vai mudar o mundo com o Guevara Life Style” ou coletivos indies que adoram falar demais no meio da imaturidade e bairrismo das suas dinâmicas de produção cultural. Menos meninice, por favor.
O que eu gostei (do pouco que vi) na programação
Eu vi pouco ou quase nada. A sensação é de que eu vi todo o Fenart pela televisão, mesmo que eu não tenha assistido TV quase nenhuma vez esses dias. Estar na imprensa tem seus privilégios: entrevistar, bem de perto, Zuenir Ventura, Lenine, João Bosco, Hermeto Pascoal, Marcelo Gomes, já é bastante coisa. Porém, que eu me lembre bem eu só assisti, na íntegra: musical da solenidade de abertura, “A Inveja dos Anjos”, “Recife Frio”, “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo”, “Divino, de Repente”, “Galo Preto – Um Menestrel do Coco”, “Baptista Virou Máquina” e o show de Lenine. Nada mais. Sério. E eu estava lá todos os dias, das 15h a 24h.
O show de Lenine foi demais e vou falar só dele mesmo. Encerrou o festival muito bem. Sou seu fã há alguns anos e nunca tinha assistido a seu show, que me surpreendeu bastante. A banda dele é muito afinada e tem um gás impar. Já sobre Lenine, eu achava que ele era mais tímido. Mas não: dança freneticamente todo o show, leva a galera na empolgação e canta tanto quanto nos CDs. Eu conheço bem o ótimo “Labiata”, mas senti falta de mais sucessos, que vieram mais no começo do show (deveriam ter ficado mais para o final).
“Baptista Virou Máquina” ganhará post especial: trata-se da coisa mais surpreendente da nova safra de cinema paraibano.
Satisfeito (e ao som de uma Cabruêra que parece tocar as mesmas músicas há 10 anos), fui pra casa no sábado à noite com alívio e saudades. Acabou o Fenart. Agora é torcer pra que em 2011 a coisa continue fluindo, porque este ainda é o melhor evento dedicado a cultura que o nosso estado tem. #ansiosospelofenart2011
Só tenho uma coisa a dizer: perdeu o melhor espetaculo de dança, Faladores com certeza surpreendeu. =D
[Já falei isso quantas vezes?]
Parabéns pelo trabalho… que venha a próxima edição.
Em meu nome e em nome da Faculdade IDEZ, agradeço pela lembrança no antes e no depois do evento. Estamos aí, dispostos a emplacar mais parcerias malucas, e quanto mais malucas, melhor.
Comento em meio a uma visão de quem viu tudo de fora, e de fora mesmo (estava a trabalho no RJ e não pude estar presente) e confesso que me surpreendi com o fato de que podia partcipar de tudo (ou quase) a 3000 km de distância. Sem todo o trabalho em cima das "frentes sociais" seria impossível quase sentir o cheiro do Espaço cultural da minha casa no RJ. Ponto pra vocês. Outro ponto foi a programação mais voltada pra cultura local, porque é essa identidade que a cidade precisa viver, não apenas prestigiar o festival por conta de um ou outro nome de só dá as caras por ai nesse tipo de evento. Concordo plenamente com seu apontamento referente aos protestos, que também pude acompanhar via twitter. Me deu náuseas ouvir muita gente no estilo "Não quero pagar, mas a gente se encontra lá". E por último Lenine..que só de saber que " O último pôr-do-sol" foi a primeira música, meu coração dói até agora. Abraços Ricardo!
Pelo que me lembre, o Fenart sempre foi pago.
Tá, talvez haja certo exagero dizer SEMPRE, mas foram vários anos com ingressos com preços simbólicos. Um real, as vezes 2. Cinco e dez acho muito. Acho que há inversão de valores, seria mais justificável cobrar para entrar na praça do povo (onde estão as atrações mais caras) do que no teatro. Criar-se dois tipos de passaporte: Praça do povo e outras áreas, garanto que organizaria o festival. E o preço não precisava ser muito salgado não. Digamos que 15mil pessoas circulavam por lá todos os dias. Cobrando-se 1 real de passaporte da praça do povo, e 2 reais do ingresso multi-área (mas com retirada de senha antes das peças) já haveria a distinção de quem vai ou não pro teatro. Digamos que 50% (absurdo) das pessoas ficassem revoltadas e não fossem, ainda assim teriamos uma arrecadação cavala, que compensaria a arrecadação deste ano.
Tenho grave problema de aceitar tanta coisa ocorrendo paralelamente. Não concordo com a presença de cinema e música instrumental no mesmo palco. Não dá. Atrasa filme, encurta show (Frank Solari foi reduzido em meia hora!), não dá pra dizer que isso foi bom. A mostra de cinema, prejudicadíssima… E olhe que só vi um dia da mostra, e me disseram que teve sessão com 3 pessoas! Numa competição com Juri popular, isso é erradíssimo. Depois, a programação de cinema era empurrada para mais tarde, e ocorria invasão de som nas salas… Isso é grave, principalmente conhecendo o péssimo sistema de som do cine bangüe…
Critico e muito a explosão de atrações misturada com a redução de dias. Isso significa mais atividades paralelas, mais problemas com o som, etc.
A dança no palco 2 também é de se comentar, mas com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, só com outro espaço. O problema é que mais da metade da programação de dança acabou virando parte de uma mostra paralela não assumida.
Outro problema que ouvi foi a existência de um certo descaso com as oficinas. O pessoal se inscrevia em várias, tomava o lugar de gente interessada e não comparecia… Acho que é melhor repensar no pagamento de oficinas. Workshops e outras coisas sempre foram gratuitos…
Por fim, só lamento ter em um festival assim a limitação de público em certos espetáculos. Eu sei que nem todo mundo pode ver tudo, e algumas peças são concebidas assim, mas existe a privação de muitas outras pessoas interessadas. Lembro de dois casos de espetáculos Não-Limitados que foram reprisados. Um foi o Novel Voz, grupo de música cubana e outro foi um duo de comédia de palhaço. Eram duas mulheres, com vários sketchs circenses. Em espetáculos limitados, desde o início estavam marcadas duas sessões de Caravana da Ilusão, em um Fenart passado.
Sim, isso são só os negativos. Me criei neste festival, e é uma das coisas que mais adoro nesse mundo. E, apesar dos pesares, sempre saio satisfeito. Não tem como errar, acho eu.
Gostei MUITO de Baptista Virou Máquina. Que coisa sensacional. Mas porra… MACONHA NO CINEMA, GALERA?
Pelamordedeus, tudo tem limite, velho. Muito desrespeito.
"No caso do público, alguns são mais chatos e aproveitam a abertura que as redes sociais tem para ironizar, polemizar, retrucar sem educação. Outros aproveitam esta mesma abertura para elogiar, curtir, entrar no clima."
ah é?? você acha mesmo que as pessoas preferem reclamar a serem felizes? faça-me o favor….cobrar 10 reais de entrada para parte da programação é um absurdo, um ABUSO, e temos que nos utilizart de ferramentas para reclamar e fazer valer nossos direitos. e isso não é ser chato ou irônico, éum DIREITO que temos de querer saber onde está e para onde vai o nosso dinheiro.
"Porém, precisa ficar claro: se uma assessoria de imprensa não responde a sua dúvida, não é porque ela não quer,…"
ah não? você acha mesmo que as pessoas preferem reclamar a serem felizes? faça-me o favor…
você é muito ridículo, se acha demais, viu Ricardo. Vá fazer um curso para aprender ser mais humilde…..
ser jornalista não te eleva aos céus. Fica a dica.
e nem comento essa historia de colocar "blogueiros" no fenart.
patotinha das grandes. tenham vergonha!!!!!!!
Olá, Ana. Não aprovei seu último comentário porque vc partiu do agressivo para o ofensivo. É um direito seu me xingar e é um direito meu aprovar ou não os comentários no blog. Se vc quiser reescrever o último, no qual escolheu me ofender, quem sabe eu não resolva ter uma conversa de verdade?
abs.
Ricardo,
muito além dos teus comentários pertinentes sobre o Fenart, queria elogiar sua capacidade de me deixar alheia por mais de meia hora à pilha de trabalho que tenho nesta manhã. Seu texto flui que é uma beleza, coisa rara entre blogueiros. Parabéns!
Mas queria acrescentar um pouco de pimenta na discussão sobre ingressos: (1) eles foram cobrados a preços diferentes do que foi divulgado na imprensa, o que gera, realmente, uma chateação na bilheteria porque (2) o pessoal da bilheteria foi muito mal educado todas as vezes que vi alguém questionando a diferença.
Aliás, o atendimento da bilheteria sempre foi um gargalo que mancha a alegria do Fenart. Em 2005, quando eu também estava trabalhando na assessoria do evento, recebi várias queixas. Em 2008, eu fui vítima dos mal educados duas vezes. E este ano foi minha irmã quem ousou questionar e levou uma bela patada. Este é um problema que deve ser revisto para os próximos Fenarts – quem trabalha no evento, do presidente da Funesc ao varredor de chão, deve ter em conta que educação é uma máxima no trato com o público. Você pode dizer qualquer coisa a qualquer pessoa, desde que seja educado/a suficiente para isso.
De qualquer forma, o Fenart fez e faz uma falta danada e mesmo com seus problemas (senti falta também de uma sinalização maior do evento dentro do Espaço Cultural, aquela coisa que fica marcada pra sempre nas fotos que a gente tira com nossas câmeras digitais), sempre demonstra aprender coisas boas com as versões passadas (fiquei feliz em ver que o horário foi mais respeitado este ano). Agora resta engrossar o coro que deseja acabar com os hiatos – que venha mais Fenart em 2011.
Abraços,
Oi Aline! É um prazer recebê-la por aqui.
Vc está certa. Espalhados pela bilheteria do Espaço Cultural, estão váaarias pessoinhas corretas ou antipáticas. Uma das falhas que noto, desde sempre, é que as reuniões de organização do Fenart não lembram de sincronizar os detalhes com os bilheteiros. Passar detalhes, treinamento de atendimento. Até na hora de atender a imprensa já vi problemas acontecerem. E isso não é um problema desse ano, como vc bem lembrou.
Já sobre sinalização (decoração?) eu achei bem legal a cidade cenográfica. Oq faltou foi uma iluminação especial por lá, pra que ela fosse mais notada. Os banners de Sivuca, espalhados pela Funesc, ficaram um tanto dispersos…precisavam tbm de mais destaque. Acho que decoração tinha..só faltou uns ajustes.
Volte mais por aqui!
abs
Acréscimos ao texto:
1. Eu não tenho bolso cheio de dinheiro. Se eu fosse ao Fenart todo dia gastar 5 reais + comida ou bebida, eu chegaria a uns 50 no final da semana. Custo alto que eu não teria como desembolsar. Mas, diferente dos protestos que foram feitos, eu colocaria a minha opinião de outra maneira. Como já sugeri no texto ou ainda de outras formas. Se eu não visse resultado é que partiria pra protesto.
2. Convidar blogueiros para imprensa não é patota, mas sim valorização do trabalho de gente que tem levado seus blogs a sério, como espaço de produção de conteúdo sobre arte e cultura. Patota seria se eu só chamasse amigos muito próximos e a grande maioria dos que foram cobrir, eu só conheço de "oi, td bem?" ou de ler um pouco seus blogs. Teve blogueiro que eu encontrei no começo do Fenart e depois nunca mais eu vi por lá (pq não convivemos), mas tinham seus blogs atualizados com opiniões sobre o festival.
Só pra constar.
Parabéns Ricardo pelo texto, muito bacaninha (como diria o Cananéa) rsrsrs… O Fenart deveria entrar pro calendário estadual como é o São João de Campina Grande ou Estação Nordeste aqui, pq é inadmissível deixarmos de ter o festival por um ano que seja. É um grande desrespeito com a população e principalmente com os artistas que esperam ansiosamente por ele. A organização é falha as vezes, pq muda todo ano, é difícil manter um trabalho coeso. Mas o que eu acho sinceramente que o Fenart peca, e digo isso pq estava lá na hora e presenciei, é com a falta de respeito. O espetáculo Medéia acontecendo no teatro de arena e estavam passando som no palco 1, o Nelson Motta lançando o livro dele e alguém falando no palco 2. Pelo amor de Deus, isso é um absurdo e uma falta de educação terrível, temos que realmente rever alguns conceitos e algumas atitudes. Atacar por atacar também não, isso é mesquinharia. A situação política do estado não pode entrar nessa questão, sou contrário ao atual governo mas tenho que aplaudir a iniciativa de trazer o evento de volta a ativa. Frequento o fenart desde 99, já toquei em alguns e espero sinceramente que ele tenha uma vida longa.
Sempre vai ter gente pra reclamar de qualquer besteira. Achei a cobrança de 5 dinheiros pra ter acesso a alguns shows e peças um exagero, antigamente era cobrado um valor “simbólico” de 2 reais apenas, acho.
O legal do Fenart era isso, você ir e aproveitar bastante as atrações. O que não deu pra fazer muito nesta edição. Por causa do valor dos ingressos e também pela má qualidade do som nos teatros. Não achei o valor justo, não pelas atrações, mas sim pela qualidade do lugar.
Enfim, entre erros e acertos o que importa é que tivemos uma opção de cultura e lazer nessa cidade que tanto precisa disso. Que venham mais Fenarts, cada vez melhores. :D
Meu caro Ricardo,
Tenho apenas que discordar de você quando diz: "E o caso de atrasos é leve. Afinal, todo festival atrasa e tem dias que o atraso vira sério. Mas quem foi noutros dias, sabe que grandes atrasos aconteceram só na primeira noite".
O problema dos atrasos realmente existiu, não foi apenas na primeira noite e em determinadas situações não foi nada leve. Uma prova disso foi o que aconteceu com a Diana Miranda, na quinta feira, quinto dia do festival.
A apresentação da Diana estava marcada para as 23:00h, mas quando ela entrou no palco já se passava das 2 da manhã. Isso tudo decorrente do atraso das atividades de teatro e cinema, que por sua vez causaram o atraso da atração do palco principal, já que essa só poderia começar depois do término das outras. Gerou um efeito dominó que acarretou no corte do show de Diana Miranda, que teve que parar a apresentação no meio (com direito ao som interrompido por ordem da SEMAM) por causa do horário já avançado e reclamações da vizinhaça.
A Diana Miranda não foi a única prejudicada, todas as outras atrações que dividiram o mesmo palco (Clã Brasil, Nossa Voz e Glorinha Gadelha) sofreram com isso. Porém, a Diana se deu ainda pior por se tratar do show de encerramento, passando pelo constrangimento de ser interrompida.
Sei que organizar um festival desse nível é complexo, mas a questão do cronograma e respeito aos horários jamais pode ficar em segundo plano.
Não pude ir esse ano (tinha provas e tava estudando), mas mesmo assim dei uma olhada na programação e no twitter e achei a divulgação pela internet impecável. Dei uma olhada na programação e achei boa – hermeto paschoal é classe – só fiquei incomodada por frejat e lenine, mas isso é só meu gosto pessoal. Serio que não tinha ninguém melhor pra representar a música regional que lenine?