Existem poucos, raros momentos em sua vida, nos quais você vai parar e ficar sem ar diante da arte. Ao contrário do que se pode imaginar juntando o que Walter Benjamim falou e a banalização de hoje em dia, as áureas não se foram. A beleza estonteante de uma obra que te pega pelo pé, pela mão, te chama pra dançar, pra respirar seu mundo por alguns minutos, horas, ainda existe.
Foi assim quando eu descobri José James e sua obra-prima “The Dreamer”. Um álbum que ontem à noite eu comentava com André Cananéa: seria a descoberta da década? Ele confirmou e ao fim da noite de risos e cinema B, saímos embalados pelo som deste cara que tem uma das vozes mais preciosas do nosso tempo. Acontece que, no meio da conversa, André me lembrou que já haviam novos trabalhos disponíveis e aí a gente tem que correr atrás.
“Black Magic”, seu álbum que deu sequência ao “The Dreamer”, foi lançado em fevereiro e é aquela coisa: agrada, mas não dá pra ouvir demais, já que ele deixou uma imagem muito forte no primeiro trabalho e o caminho aqui é outro. “Black” tem uma pegada mais soul e R&B, todo vintage (como era de se esperar), mas o ouro não está aí.
É com “For All We Know” que James consagra-se como um nome que está marcando a história do Jazz. Aqui, ele une-se ao pianista belga Jef Neve e produz um álbum de covers de clássicos do jazz. Abaixo, dois deles que me deram (ou tiraram) o fôlego para escrever este post:
José James & Jef Neve – When I Fall In Love
José James & Jef Neve – Lush Life
Só falem comigo depois de ouví-los tocando estas preciosidades.