[Cinema] Livro que reúne críticas de Antônio Barreto Neto será lançado logo mais às 19h

Acontece logo mais às 19h, na Casa José Américo de Almeida (Cabo Branco), o lançamento do livro Cinema Por Escrito, com uma extensa seleção de críticas (65 no total) do jornalista Antônio Barreto Neto (1934-2000). O livro é organizado e editado pelo editor de A União, o homem-de-tantas-histórias, Sílvio Osias.

Sílvio adora contar histórias do seu viver jornalístico e a última que conta é esta: tornou-se jornalista cultural graças ao dia em que Barreto Neto lhe deu atenção. Osias queria ser crítico de cinema e, ainda adolescente, escrevendo em murais de colégio (Sílvio era o blogueiro de décadas atrás), procurou Barreto. O crítico de A União na época (1964 a 1981), prontamente o atendeu, presenteando o garoto com livros sobre cinema. Foi assim que começou a vida jornalístia de Osias, que pouco depois tornou-se estagiário do jornal. Hoje é editor.

Ouvi o nome de Barreto Neto pela primeira vez ano passado, no Fest Aruanda. Falha de jornalista, crítico e cinéfilo: não o conhecia. Quando estava no Fenart há pouco, Sílvio me contou que iria lançar o livro e fiquei muito feliz, já que seria uma oportunidade importante de conhecer alguém que fez história por aqui. Gonzaga Rodrigues faz um belo texto que estará nas orelhas do livro. Um trechinho:

“A par de sua interação com o cinema, ou acima disto, preexistia a cultura de fundo literário de Barreto. Antes de se familiarizar com os principais elementos do filme (visuais, dinâmicos, sonoros, rítmicos e tantos mais) o autor dos ensaios que os cuidados sensíveis de Silvio Osias acabam de reunir acumulara fortuna literária. Acumulara e a cada dia mais a enriquecia. Antes de ser um espectador privilegiado dos Ford, Fellini, René Clair, Kurosawa ou de Stevens, ah! o Stevens de Os brutos também amam, vivia uma segunda natureza na literatura. Era um leitor insaciável das ações e dos segredos humanos que os pinceis de luz do cinema ainda estão por projetar. Não forjou seus fundamentos na fila do Plaza ou do cineminha de Coremas, se é que lá já desfrutava desse privilégio. Formou-se a partir de algum recanto isolado e obscuro de biblioteca”. Gonzaga Rodrigues

Já Sílvio, em texto que imagino ser o prefácio da obra, nos revela que Barreto nunca deu atenção à ideia de publicar seus textos além do jornal:

“Há muitos anos, desejava reunir os textos de Barreto num livro. Cheguei a abordá-lo sobre o assunto numa conversa já na década de 1990, mas, como resposta, ouvi que eram artigos para ler em jornal. Como se não fosse importante dar a eles um formato menos perecível. Agora, ao assumir a editoria de A União, de volta à casa que foi minha principal escola de jornalismo, vi que tinha nas mãos os instrumentos (os arquivos do jornal e uma editora) para, finalmente, fazer o livro de Barreto”. Sílvio Osias

O livro nos trará críticas sobre filmes de Fellini, Kubrick, Scorcese, Siegel, Spielberg e até George Lucas. Uma dessas obras que a gente não encontra todo dia por aqui, numa terra que, assim como o Brasil, precisa sempre ser lembrada da importância histórica do seu cinema e da produção crítica. Afinal, Barreto Neto é conterrâneo de outros críticos que você talvez conheça os nomes, porém, enquanto cineastas: Linduarte Noronha e Vladimir Carvalho.

Nos vemos lá?

Serviço

Cinema por Escrito, de Antônio Barreto Neto (org. Silvio Osias)
Ed. A União
Lançamento: às 19h na Casa de José Américo (Cabo Branco)