[Cinema] Uma análise apaixonada de quem chorou vendo ‘Toy Story 3’

Alerta de spoilers!

O que mais me chama atenção em Toy Story 3, olhando para esta obra como parte de uma trilogia, é exatamente a sua capacidade de hoje tirar os nossos olhos do dispositivo (o encanto pela tecnologia) e nos lançar na imersão total de sua narrativa. Já não mais importa se a Pixar faz modelagens e texturas impressionantes – é fato. Esta história, que nos é contada desde 1995, completa seu ciclo nos relembrando a importância de uma trajetória. O caminho trilhado aqui é especialmente sobre lealdade e honra: Woody, do ponto de vista humano, é brinquedo que no primeiro filme é o ponto de partida para o lúdico e a imaginação; no segundo, objeto que faz falta; no terceiro, Woody é nostalgia (objeto que fará falta). Andy é o símbolo máximo para o Woody e seus pares, sobre o que significa ser leal. A descoberta de todos eles é sempre a mesma: faz-se necessário voltar ao lar, nem que seja ao sótão, trazendo de volta todos os que ficaram para trás. Porque o lar, mais do que regra, é lugar de brincar e, assim, de sentir-se útil e parte de um todo: a construção da imaginação, do imaginário de Andy. Desde o primeiro filme que, aos brinquedos, havia algo evidente: como parte do mundo de uma criança, eles servem para brincar e nada mais – pois todas as consequências disto bastam. A princípio, em Toy Story 3, Andy os considera “tralhas”, até que por uma sugestão do próprio Woody percebe: brinquedos só fazem sentido se são pontes para a imaginação de alguém. Doá-los é a atitude mais óbvia e a cena final é de tirar o fôlego. Não apenas por ter uma música melosa tocando, mas porque naqueles instantes finais, vemos objetos “inanimados” que, por uma escolha de alguém que agora amadurece, passam a ser eternos. Mais que apenas doar brinquedos, Andy está ensinando a Bonny que seus brinquedos – Woody, Buzz, Sr. Cabeça de Batata, etc – são eternos e leais. Eternamente leais à imaginação.

One Reply to “[Cinema] Uma análise apaixonada de quem chorou vendo ‘Toy Story 3’”

  1. Chorei. Chorei e nem quis esconder. Relembrei da primeira vez que eu assisti e das outras tantas em que decorei as falas. O meu preferido sempre foi o Rex, me identifico tanto (queimação!).Sobre o último filme, fechou com chave de ouro, um Buzz caliente e a tortura sofrida pelo Ken consolaram a despedida. Só tenho uma coisa a dizer: "Amigo estou aqui Se a fase é ruim E são tantos problemas que não tem fim Não se esqueça que ouviu de mim Amigo estou aqui."

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