Mostrando que é capaz de fazer animação 3D sem estar necessariamente ligada a Pixar, a Disney nos aparece com o belo Enrolados. Isso porque essa major tornou eterna sua escola que sempre uniu técnica e habilidade em contar histórias. Em meio a bons anos de dilema sobre fazer filmes em 2D ou 3D, lança na sequência duas pérolas de animação, cada uma usando uma das técnicas. A Princesa e o Sapo nos trouxe, em meio ao luxo da modelagem tridimensional, o brilho do traço e da tinta outra vez. Já em Enrolados, a Disney toma para si a postura de revisitar sua própria obra e, sem a necessidade do tique-dreamworks de referências-pop explícitas e já sem graça.
Assim, recebemos um filme carismático e cheio de postura Disney no modo de contar história, de envolver canções, de ser crítico e sutilmente reflexivo sobre valores e costumes. O importante aqui sempre é divertir e o 3D cai bem nesse caso. Não usa dos clichês do formato, não fará falta nas sessões tradicionais, mas sabe quando chegar e lançar algo no momento que precisamos de uma sensação específica.
A surpresa é que a tríade de direção e roteiro não é exatamente experiente (tem filmes como Bolt e Carros no currículo), o que raramente compromete o filme. Nathan Greno e Byron Howard (diretores) sabem criar climas de tensão que nos esmiuçam na cadeira e, ao mesmo tempo, constroem belíssimas cenas de leveza ou das que arrancam risos. Por várias vezes fazem uso de um tipo de plano geral que faz alusão a esquetes de teatro (como acima), abusando do bom humor. O trecho do encontro de Rapunzel com o cavalo Maximus, ou na tentativa de colocar Flynn no armário demonstram o que quero dizer.
Destaque, aliás, para dois coadjuvantes espetaculares: um que brilha do começo ao fim, o cavalo Maximus (que é, obviamente, o Scooby-Doo disfarçado) e o camaleão Pascal, que merecia mais espaço no clímax. O pequeno verdinho é uma “consciência” da protagonista que poderia brilhar mais.
Um encanto para os olhos e cheio de vigor no modo de contar sua história, Enrolados nos faz torcer para que a Disney continue assim, sendo Disney.
CineEspaço no Mag Shopping: alternativa com conforto
e curadoria dedicada ao cinema fora do eixo
Assisti Enrolados na noite para convidados que inaugurou o novo CinEspaço, no MagShopping. Rede administrada pelo mesmo Adhemar Oliveira do Espaço Unibanco Artplex, chega a João Pessoa com ambiente agradável, unindo a já agradável brisa do Mag, ao conforto de ver blockbusters e filmes geralmente desprezados pelo circuito no mesmo lugar.
Sim, a rede promete que suas salas valorizarão o cinema nacional e o conhecido “de arte”. Na estreia desta sexta já consta o francês O Concerto, dois nacionais, além do novo Woody Allen. Obviamente que essa escolha muito me agrada e merece os parabéns. Possibilidade de comprar ingressos online e cadeiras numeradas estão entre as ofertas diferenciadas. Na ótima noite de abertura não tivemos, contudo, como conferir a qualidade do atendimento de bilheteria, bomboniere e afins. O que esperamos, naturalmente, que também seja o esperado: agradável como a chegada deste novo espaço de cinema.
parece ser um bom concorrente contra o box. Mas ainda precisam melhorar o site e dar mais destaques aos que estão em cartaz!
Faltou falar dos preços nada confortáveis.
É verdade, Amanda. Os preços do novo cinema iniciaram meio salgados. Mas acredito que é uma temporada só..estão começando nas férias, com tudo novo e etc. Já prometeram promoções e até meia-entrada garantida para professores.
Gostei muito da sistemática do cinema como um todo, salas confortáveis e espaçosas, porém ainda reclamo do tamanho da tela, especialmente na sala 3D… Alguns dos efeitos são "minimizados" pelo tamanho da tela, reduzida…
Os preços regulares, que estão mesmo salgados, são outro problema… No mais, um local agradável (e o pessoal que atende é MUITO simpático, foi a primeira coisa que notamos)