Quem acompanha ficção científica em paralelo às evoluções tecnológicas sempre esteve ligado: uma hora, as coisas que a gente viu/leu pelas mentes criativas por aí, iriam começar a aparecer. Acontece que no caos de todos os dias, nas editorias de tecnologia sempre lotadas, a gente vai dando atenção a outras mensagens, outras novidades.
E de repente, realidade aumentada. Google Glass. De repente uma impressora 3D.
Alguns desses podem não ter surgido “no susto” pra você. Nem tudo, de fato, o é. Mas eu me assustei quando vi projeto de óculos do Google funcionando. É estranho ver isso acontecendo…hoje.
Uma das minhas dúvidas constantes, porém, sempre foi: onde vai parar a constante tentativa de uma representação exata da realidade através das modelagens 3D animadas? Heavy Rain, Beyond Two Souls, Gollum…
Lembro de Matrix, lembro de Jogador Número 1, lembro de eXistenZ e sei-de-lá-mais-o-que. Esses mundos imaginados onde a realidade projetada é idêntica à vivida.
Mas o comercial da Johnny Walker com Bruce Lee e aquele outro com Audrey Hepburn… e Renato Russo, Tupac e sei lá mais quem no palco…
Gente que já morreu. Refeita.
E sobre isso eu nunca tinha pensado, até agora.
Em Minority Report – A Nova Lei, um dos meus preferidos de sci-fi, há uma cena que remete a isso. Tom Cruise perdeu o filho e usa um sistema de projeção para coloca-lo novamente em sua sala, através de vídeos antigos. A história se passa em 2037, mas esse papo de projeção já acontece nos palcos de hoje, no Japão, no Coachella, em Brasília. Em 2013.
As entrelinhas humanas do hardware e do software seguem como as mais interessantes. Sempre. Não me pergunte o que isso quer dizer ou onde vai parar. É justamente sobre não saber que estou escrevendo.