Se há algo certo para qualquer cinéfilo é que existem listas canônicas. A da Sight & Sound talvez seja a principal delas, mas anualmente a gente tem que acompanhar também os melhores do ano segundo a Cahiers du Cinema, segundo Tarantino (sempre surpreendente, com muitos filmes-pipoca) ou as tradicionais dos jornais e sites que todo fã de cinema acompanha, seja ele mais ou menos dedicado à leitura crítica dos filmes que vê e não vê.
Não desconsiderando isso (afinal, o prazer intrínseco é o gosto por listas), eu tenho o hábito de sempre ir atrás de alguns links que vão me surpreender. Todo fim e começo de ano gosto de acompanhar o que Filipe Furtado indica. Lá no Anotações de Um Cinéfilo ele sempre publica uma lista diferente do habitual. Ao invés de eleger os melhores lançados no circuito comercial a cada ano, ele seleciona o melhor do que viu e foi lançado em até 2 anos antes do ano vigente. O que faz sentido, se considerarmos que muito do que vemos nos cinemas locais tem algum atraso. A vantagem é que é uma lista longa e cheia de nomes fora do que você vai encontrar nos veículos e/ou críticos mais tradicionais. Mas, para falar de lista longa, ele ainda trouxe desta vez o post “Alguns pontos altos do meu ano cinéfilo”, cheia de material que gera curiosidade.
Quem também faz listas mais atípicas é o crítico Sérgio Alpendre, da revista Interlúdio, no Chip Hazard. Por lá, as listas são específicas com os favoritos de seus diretores favoritos. Alpendre briga com ele mesmo sobre o hábito, mas fica o pedido para que não pare.
Outra ótima fonte para descobrir novos filmes, para além do habitual, é acompanhar a coleção de listas da Criterion. Eles vão atrás de diretores, roteiristas, atores que façam listinhas com filmes do catálogo da distribuidora. Foi por lá onde descobri, por conta da lista de Nicolas Widn Refn (diretor de “Drive”), o incrível “Tokyo Drifter”, de Seijun Suzuki (1966). Já conhecia o nome do diretor, mas não tinha tido acesso a nenhum filme seu até então. Acesso esse, por sinal, em HD – o que rende um outro post, que fica pra próxima.
Por fim, a dica final é: dentro das canônicas, há muitas listas. Sim, tão legal quanto acessa-las é também ir atrás das eleições individuais. Cahier e S&S costumam disponibilizar tudo que seus votantes indicaram.
E vocês? Onde descobrem coisas novas pra assistir?