Estive na RoboCup apenas por um dia, mas a experiência foi bem intensa. Passamos umas três horas por lá, dedicados a achar histórias e registrar ao máximo um dos eventos mais importantes que já aconteceram em solo paraibano. Fiz reportagem em vídeo com a amiga Krystine Carneiro e também contei um pouco do que vi na coluna Cultura Digital. Mantive o título do artigo na coluna, mas vale a ressalva: acho que é um paraíso nerd apenas para os participantes. Para o público nerd/geek que passa por lá, a informação é escassa, as atividades são poucas e a interação com os participantes é quase nula – a área de trabalho deles é restrita apenas à imprensa.
Segue o vídeo e o texto abaixo, com a dica: um comentarista assíduo do Podcast Diversitá é um dos entrevistados. Aqui, o link para ouvir minha participação na CBN.
https://www.youtube.com/watch?v=hoPJbS-jqCs
RoboCup: paraíso nerd
Originalmente publicado na coluna Cultura Digital, no Jornal da Paraíba.
“É a creche mais legal do mundo”. A frase é do amigo Mauri Kanagawa, que é voluntário de tradução na RoboCup. Professor de inglês e nerd convicto, ele está falando da ala Junior do evento. “Nossa obrigação por lá é deixar os pais afastados para as crianças se trabalharem”.
Entrei numa dessas salas com a repórter Krystine Carneiro, do G1 Paraíba. É um ambiente impressionante, do ponto de vista científico. Uma espécie de feira de ciências mundial, com crianças e adolescentes do Brasil, Áustria, Irã, China, Alemanha. “Todas as crianças do mundo falam inglês, menos as brasileiras”, pontuou a amiga Krys. Sem adultos moderadores no ambiente, todos viviam uma bagunça organizada, se preparando para as apresentações da competição de dança. Que fique claro: quem ia subir no palco pra danças variadas, em apresentações temáticas, são os robôs montados pelas crianças da sala.
O mundo dos robôs no Centro de Convenções não é só das crianças, contudo. Universitários de todas as partes do mundo participam das principais competições da copa do mundo da robótica. O ambiente lembra um tanto a Campus Party, com mesões cheios de cabos de rede e notebooks espalhados, com a diferença de que também estão lá os jogadores-robôs. As principais atrações do evento chamam atenção por sua parafernalha exposta e pelo visual arrojado em alguns casos.
Como mencionei na semana passada, os jogos da liga Middle Size são os mais animados. A torcida comparece em peso, com partidas mais rápidas e robôs ágeis, até conseguindo chutes altos e marcando belos gols. Sim, belos. Ainda que as máquinas pareçam enceradeiras, como atentou o repórter Cadu Vieira, do GloboEsporte.com/PB, elas conseguem construir lances que geram emoção na plateia.
A experiência dos jogos de robôs humanoides pode ser um tanto frustrante, se não houver como pre-requisito o encanto científico. Na competição standard (com aqueles robôs mais bonitinhos, de carcaça branca e arredondada) ou nos jogos da liga child, teen ou adult, de fato as partidas são lentas e toscamente engraçadas. Sim, um lado tosco prevalece bastante: os robôs caem constantemente por uma clara falta de equilíbrio. Ainda assim, o público se diverte justamente por entrar nesse clima de admiração tecnológica. Dão risadas das quedas, mas comemoram os gols. São robôs jogando futebol, afinal.
As competições encerram nesta quinta-feira e novamente estarei por lá conferindo os principais jogos. Ainda que o público padeça da clara falta de informação quando se chega por lá (não há folders, mapas ou infográficos que expliquem o que acontece e onde acontece), ele está se fazendo presente em um dos eventos mais importantes da história da Paraíba. Um paraíso nerd, feito pra todo mundo passear.
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