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Cabeça raspada como um soldado, jaqueta de couro e cara de mau. Bono Vox parece apontar o dedo na cara de alguém, por não fugir daquilo que inspira suas músicas desde sempre: o mundo que cerca o U2 – em sua beleza ou podridão. A faixa título de No Line on the Horizon (Universal Music) abre o CD com uma voz rasgada do vocalista, junto à sonoridade completamente nova, sem deixar a essência de lado. As guitarras de The Edge voltam a estar acompanhadas de elementos eletrônicos, ruídos, sons sobrepostos. Eis o indicativo de que o retorno do U2, depois de cinco anos sem lançar um álbum, tem muito a dizer, mostrar e ensinar outra vez (leia crítica de André Cananéa no Jornal da Paraíba).
Sim: de 1978 até hoje, a banda fez escola. Sua influência no rock mundial está mais evidente em grandes nomes como Coldplay ou The Killers. Depois de completar 30 anos de carreira em 2008, já é certo que eles são a grande referência do rock.
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MARROCOS
Alugando uma propriedade em Fez, no Marrocos, a banda montou um estúdio improvisado para compor e gravar suas novas canções. Foi em clima bucólico e caseiro, com sofás cercando uma fonte de água, junto ao emaranhado de fios e pilhas de instrumentos, que surgiram músicas de beleza inigualável como “Unkown caller”. Já as referências sonoras que a região trouxe surgem no single “Get on your boots”. A música, que foi lançada oficialmente pela internet, já tem videoclipe. Com o quarteto em meio a múltiplas colagens que lembram diferentes culturas e problemas sociais, os diretores Alex Courtes e Martin Fougeral colocaram o U2 para dançar e fazer pose de ousadia. Casa com a letra da música, que fala sobre tomar algum posicionamento diante da bagunça atual do planeta.
Ouvir os resultados apenas confirma que o grupo esteve realmente determinado em extrair o melhor das suas três décadas de experiência. Brian Eno, Danny Elois e Steve Lillywhite são os nomes de peso na produção do álbum. A participação dos três foi tão precisa em unidade que no encarte do CD eles são creditados como co-autores diretos do trabalho.
Para além de apenas discutir e citar problemas, Bono continua sua jornada pessoal de ação contra a pobreza e problemas sociais. Deste modo, as letras de No Line on the Horizon, como em toda história do grupo, não representam discursos vazios, mas relevância concreta. A gente assina em baixo – e agradece.
Ricardo Oliveira
Matéria de capa de hoje do Vida&Arte do Jornal da Paraíba. Compre o jornal e leia a matéria completa, além da crítica de André Cananéa.
Comprei o meu ontem, ainda estou degustando e digerindo a audição :)
comecei a gostar de rock através deles e eu tinha pouca idade,hoje outras bandas também são ícones do rock pra mim,mas nenhum tem o estilo Bono Vox, ele é ímpar(e par também se quiser!.