Ah, a Internet! Tantas idiotices ou coisas geniais que podem se promover aqui.
No começo do ano descobri através do amigo Zé Maria a rede MovieMobz. Se você é de João Pessoa e frequenta o Box Cinemas deve ter visto alguma propaganda sobre isso. Trata-se de uma rede social para cinéfilos. A ideia é possibilitar que filmes pouco populares sejam exibidos em cinemas vinculados e que tenham salas digitais. Aleatoriamente? Não. Os usuários é que se mobilizam, votam e fazem piti querendo saber “CADÊ O FILME?!”.
Foi isso que a gente fez e funcionou. Eis que a primeira* mobilização chega à nossa capital. Apenas o Fim, de Matheus Souza, será exibido hoje às 21h10 na sala 3 do Box Cinemas, ao preço de R$ 10 inteira e R$ 5 meia. Imperdível! Eu ficaria muito feliz de ver mais gente do que os canais do Diversitá e do Guia Cenário Cultural conseguiram mobilizar. Chegamos a 72 pessoas e a sala tem espaço para o dobro disso. Lotar será uma questão de honra (modo ‘estudante esquerdista’ off).
Abaixo, meu texto publicado no Guia Cenário Cultural (revisado e atualizado), falando um pouco sobre o filme e, na sequência, o trailer.
O consagrado diretor independente Domingos de Oliveira revelou recentemente que lhe fizeram um convite inusitado: assistir o primeiro filme de um garoto de 20 anos que era o novo “Oliveira”. Assustado, mas dando risada, o diretor acabou topando, com os dois pés atrás. Não deu outra: voltou do filme encantado com a sutileza da direção de Matheus Souza. Hoje, Domingos diz que Matheus poderia ser seu filho. Eles até comem pizza juntos.
O filme, “Apenas o Fim”, levou nada menos que o prêmio do público nos festivais de cinema do Rio de Janeiro e de São Paulo no ano passado. Não é pouca coisa. Oliveira afirma que o estilo de Souza realmente parece com o seu. É preciso dizer que a obra de Matheus é despretensiosa em termos de produção: não custou mais de R$ 8 mil reais e foi financiado com a rifa de uma garrafa de whisky. Ele segue a linha de Richard Linklater em “Antes do Amanhecer”, investindo pesadamente em diálogos entre um casal que está acabando o namoro. O diretor, que é um nerd declarado, fez questão de colocar inúmeras referências à cultura pop no seu roteiro (Star Wars, Los Hermanos de trilha sonora e até citação do site Omelete), o que agradou muita gente. Alguns ainda o criticam como uma obra pretensiosa demais com esse mar de referências. Realidade que a gente só vai ter certeza conhecendo – nos vemos lá.
*Alguns pessoenses acharam que a sessão de “Coração Vagabundo” foi mobilizada. É preciso esclarecer que não. O MovieMobz nos informou que, oficialmente, o filme não veio através de uma mobilização. Ele chegou aos cinemas da capital através da distribuição tradicional. Entretanto, também explicou que eles “deram a dica” para a distribuidora do filme sobre a quantidade de pessoas mobilizadas na cidade para assistir ao documentário sobre Caetano Veloso. Logo, foi uma mobilização indireta.
E não vai rolar uma resenha com sua visão sempre interessante? :)