Decom-UFPB: esclarecimentos de um blogueiro falador


Segunda-feira, 08 de outubro, 9h da manhã.

– Bom dia, professora. Não consegui fazer os fichamentos e queria saber se é possível entregar outro dia.

– Ah, claro. Até porque quero lhe ver outra vez. Você sabe que está com uma certa audiência no blog, né?

– É..?(com alguma expressão que mistura susto e tentativa de esconder o jogo…)

***

Construí a granada e também atirei. Fiquei sabendo da notícia, critiquei, falei um pouco mais e depois ainda mandei para uma certa listinha de e-mail. Era óbvio que a coisa poderia se espalhar (mas, na minha cabeça, ainda estava no “poderia”). Fato é que se espalhou: a postagem com minhas críticas aos professores do Departamento de Comunicação da UFPB parou na mão de alguns deles e a coisa tomou as proporções essenciais para um debate que renda alguma coisa.

Hoje, quando vivi esse diálogo com a professora doutora Nadja Carvalho, tive a grata surpresa de saber que ela havia o lido o texto e dava valor ao fato de existir alguém dizendo o que pensa sobre o Decom. Curiosamente, seu primeiro comentário foi: “A professora do curto-circuito sou eu, né?”. Depois de passada a vergonha, demos risada, porque ela não teve problemas com meu humor.

Provavelmente conversamos durante 1 hora (na presença de outros colegas, inclusive) sobre as dificuldades do departamento e, também, sobre o tal novo curso de mídias digitais. Venho hoje então fazer alguns esclarecimentos e, para ser mais sucinto, vou fazer novamente alguns tópicos.

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1. Há professores e professores; há doutores e doutores; há doutores internacionais e doutores internacionais. O HU e o Decom está cheio deles (no bom e no mau sentido).

2. Eu nunca quis que minhas críticas parecessem que eu sou de alguma forma contra à pesquisa acadêmica. É uma questão óbvia: sem a pesquisa, não há academia, pois é desse processo científico que surge o conhecimento para ser ensinado em sala e aplicado no mercado. Minha única crítica é: existem professores (sejam bachareis, mestres ou doutores) que prestam concurso, entram no corpo docente mas estão pouco preocupados em dar uma boa aula – justamente porque a “demissão” é como se fosse a Neverland. Alguns deles tem ótimos projetos de pesquisa, outros deles tem ótimos núcleos de estudos, outros ainda promovem eventos, alguns desejam um bom cargo que lhes dê poder, outros não fazem nada. O dilema é que a docência acadêmica virou um lugar onde o professor pode ser o que quer já que passou no concurso e os alunos que se resolvam sozinhos. Há exceções e são em número suficiente para não se desesperar.

3. O Governo Federal disponibilizou edital em agosto para as universidades federais lançarem projetos visando receber verba de investimento. A UFPB, neste contexto, receberia mais de 60 milhões de reais em investimentos caso enviasse seus projetos. Segundo esclarecimentos que o ex-coordenador do curso, prof. Olavo, deu a prof. Nadja, naquela época ele elaborou um projeto de um Bacharelado em Mídias Digitais visando beneficiar a comunidade para que não se perdesse o investimento do Governo (pois, se não há projeto, a verba volta). Ainda como coordenador do curso de jornalismo, elaborou o orçamento do novo curso e tal projeto foi aprovado. Fato é que o prof. Olavo não cuidou de comunicar à toda comunidade do Decom, pois sabe que se isso acontecesse, iriam levar alguns meses somente para se decidir o nome dado ao curso. Toda a estrutura descrita no projeto é fantástica e conta com diversos laboratórios para produção de material midiático em tecnologia para internet, TV Digital e outras áreas. Ele contemplaria não somente o Departamento de Comunicação, como também outros centros da cidade universitária.

4. Achei a idéia ótima e muito boa a atitude do prof. Olavo. É claro que isso toca no ego dos grupos políticos que existem no curso, mas eu não estou nem aí pra eles. Só quero aqui me retratar com o departamento, se ficou parecendo que eu os critiquei de forma injusta na última postagem.

5. Quando o curso passar a existir, pretendo me formar nele também.

Ricardo Oliveira

3 Replies to “Decom-UFPB: esclarecimentos de um blogueiro falador”

  1. A grande pergunta que me fica: Ta certo, esse curso vem com investimento em laboratorios e tal, mas e os cursos que já existem? Poderam usufruir desse material? OU ficaram como estão, defasados?

    Sou a favor da pesquisa também, não sou a favor da politicagem que se faz, e atrapalha, no curso. Alunos que só pensam em seus interesses, professores idem, fica uma discussão sem fim e brigas eternas, isos é um saco de se ver.

    Um abraço.

  2. Era exatamente essa a preocupação dos alunos quando questionaram o prof. Olavo diante do encontro realizado em que ele estava presente (além de outros membros da comissão de projetos do cchla).

    E aí ele teria dito que os laboratórios seriam de uso comum a todos os cursos do Decom.

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