Plantão Cinefilia: Invasores / O Pântano

Invasores

Oliver Hirschbiegel

– Cheguei do cinema, após ter visto este filme que, acabo de descobrir, já é a 4ª filmagem de um mesmo livro. Apesar de achar o fato um tanto curioso (afinal, por que não escrevem novas histórias?) me identifico com os prováveis interessados em promover o filme: eu sou pirado por histórias de invasão e caos mundial. É uma questão pessoal e, com certeza, você não me verá por aí defendendo o assunto com muita veemência. Até porque eu não sou nenhum especialista no assunto. Fato é que tais filmes sempre vão me agradar em algum sentido, mesmo sendo ruins, o que não é o caso de Invasores. Apesar de pequenos vacilos no roteiro (questão política colocada de maneira muito óbvia e certos exageros para dramatizar) o filme tem uma força enorme parar gerar em nós as sensações da personagem de Nicole Kidman em meio à uma invasão alienígina que ganha proporções mundiais. O adiantamento das situações, os enquadramentos algumas vezes tão secos quanto o olhar dos infectados, trazem uma dinâmica ótima e rendem emoção certa para quem curte o gênero.

O Pântano

Lucrecia Martel

– Aqui, uma indicação para os cinéfilos interessados em coisas mais alternativas. Eu dificilmente falo de todos os filmes que vejo porque, sobre alguns deles, não sei nem mesmo o que falar. Um dos últimos mais interessantes foi Adeus ao Sul de Hao Hsiao-Hsien, diretor que é considerado um dos mais fantásticos do mundo por tantos cineastas legais. Caso completamente diferente, porém, não menos “estranho” aos olhares menos acostumados ao cinema paralelo ao mainstream, é O Pântano – primeiro filme de Lucrecia Martel. Dela, já havia assistido A Menina Santa que, bem como este, é extremamente elogiado nas revistas eletrônicas que leio. A questão é que O Pântano me agradou bem mais que o segundo filme da diretora. Apesar de cineastas bastante diferentes, Martel e Hsien têm algo em comum: os dois buscam no seu cinema muito mais climas e o trabalho da imagem do que, necessariamente, seguir uma história. Martel faz isso de um modo fantástico e seus enquadramentos, junto a uma excelente fotografia, parecem retratar cenas que transpiram tanto quanto os corpos retratados. Indicado a quem se interessar por um cinema da América Latina que retrata bastante da nossa realidade: vivemos em tempos que, a qualquer instante, tudo pode ruir.

Ricardo Oliveira

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