Paranoid Park / Os Imperdoáveis

PARANOID PARK (Idem)

de Gus Van Sant

Tive o prazer de assistir, pela primeira vez, um filme de Gus Van Sant no cinema. Para quem mora aqui no Nordeste (a não ser o pessoal metropolitano do Recife) esse é um presente raro. Mais prazeroso então é saber que logo no primeiro plano (uma grande ponte com carros passando acelerados) Van Sant parece mostrar a quê veio: há ali uma homenagem a Hitchcock e seu parceiro de trilhas Bernard Hermann e, claro, uma afirmação do seu próprio estilo, com nuvens passando acelaradas à nossa frente e a experimentação na trilha.

O que é então Paranoid Park? É mais um passo à frente na carreira de um dos diretores mais brilhantes dos EUA. Com Últimos Dias, Van Sant encerra a sua trilogia dos tempos, mas continua a sua investigação da juventude americana. Passa então a fazer uma fusão daquilo que construiu em sua primeira fase e na trilogia. A câmera (que nos três filmes anteriores era como um olhar que apenas os acompanhava e, através de pequenas mudanças nos planos de repente nos surpreendiam) torna-se o olhar do skatista Alex e ganha uma riqueza lírica incrível: nunca se filmou cenas de skate como aqui. Se o super-8 é o grão que nos indica que estamos dentro da mente de Alex, quando voltamos ao 35mm, é a trilha que nos mostrará o que se passa na cabeça do garoto.

Paranoid é um ensaio que exibe, através da narração do próprio Alex, o que é essa juventude: interessada no agora, com os pais distantes e vivendo em constante processo de dormência – mesmo que tudo desabe ao seu redor.

OS IMPERDOÁVEIS (Unforgiven)

de Clint Eastwood

Aos poucos vou vendo tudo que consigo da carreira desse grande diretor que, sempre que assisto, me interesso cada vez mais. Porém, entre os seus últimos quatro filmes, a questão da culpa e das cicatrizes do passado nunca são tão fortes como neste faroeste. William Munny (Eastwood) é o fazendeiro que no passado já matou sem piedade alguma dezenas de homens e constata que, depois de encontrar sua mulher tudo ficou diferente. Ela morre (e vemos William a enterrando no plano de pôr-do-sol mais lindo do cinema) e agora o ex-assassino precisa cuidar de seus filhos. O que restou para ele, senão, matar outra vez? Este é o dilema que o personagem enfretará durante o filme, e que nos fascina pela dureza e doçura que podem existir na mesma pessoa.

Ricardo Oliveira

Obs.: amanhã o blogueiro viaja com a família e volta no próximo domingo dia 23. Destino? A praia e os grandes amigos em Natal-RN. Se puder e tiver um tempinho, prometo umas fotos. Bom feriadão a todos!

2 Replies to “Paranoid Park / Os Imperdoáveis”

  1. Digaí que merda que eu perdi
    ;//
    essa vida de trabalhadora né legal nao
    =~~~

    mas tá inpsirador o que tu escrever de paranoid park
    =]

    boa viagem e bom feriado
    ;*

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