[Cinema] Como foi a pre-estreia da sala 3D do Box Cinemas com ‘Avatar’ – Review completo

Quatro vezes Avatar

Fui convidado para a sessão de pre-estreia da sala 3D do Box Cinemas. O filme? Avatar, claro. Assisti o filmão do Cameron duas vezes em 2D e agora completo um par de vezes em 3D também. No começo de janeiro, havia aproveitado uma viagem de família para Natal-RN e, claro, estive lá no Cinemark do Midway Mall para conferir o hype.

Na época, saí da sala um tanto frustrado: descobri que Cameron não aproveita o 3D em termos de “projeções para fora da tela”, movimentação de objetos convergindo para cima dos espectadores. Na verdade, ele trabalha muito mais ambiências e sensações, ou seja, a imersão do espectador diretamente nas florestas de Pandora. Quem viu já sabe: o que você mais sente são as folhas passando ao seu redor, os pequenos seres voadores do planeta flutuando à sua frente. E só. São poucas as cenas em que você tem flechas apontadas para você, armas, tiros, coisas assim. A sensação final é ótima: você sente mais o filme na sua pele. Mas, definitivamente, faz falta “tocar” nas coisas saindo da tela.

Acontece que eu saí satisfeito da exibição naquele dia. A sala do Cinemark é imensa, boa distância da tela, ótimo sistema de som (e aquelas cadeiras reclináveis maravilhosas…). Ponto para os óculos: leves e agradáveis de se usar para quem, como eu, teria de sobrepor à armação que cuida da minha miopia. Ele veio com marca de dedos na lente, mas ainda assim, guardado em um saquinho com informações (um tanto desconfiáveis) sobre processos de higienização.

Como foi no Box?

Logo de cara a boa surpresa do presentinho de páscoa: um kit cheio de M&Ms, Twix e Snickers. Tracei uns dois pacotes de M&Ms durante a sessão, fácil, fácil. Obrigado ao pessoal da Tag Group, responsável pelo lançamento, que foi atencioso à imprensa especializada e aos convidados da noite.

Atenção, entretanto, para a recepção dos óculos (cujo aluguel está incluso no valor do ingresso). Eles estavam numa grande caixa, todos sem nenhuma proteção específica (como o plástico do Cinemark). A falta de uma proteção demonstra certo descuido, mesmo que a armação extremamente resistente favoreça que eles possam ser organizados numa caixa sem gerar arranhões. Uma moça nos entregava, passando os óculos por uma máquina que provavelmente ativa o sensor infravermelho presente entre as duas lentes. Infravermelho? Sim, os óculos utilizados pelo Box são da marca Xpand (foto ao lado), que utiliza lentes de cristal líquido (diferente das polarizadas circulares usadas no Cinemark) e um sensor infra-vermelho. Isso influencia em quê?

(1) As armações dos óculos polarizados circulares da linha Real 3D (abaixo) são bem leves, pois seu segredo está apenas nas lentes. Devido a uma polarização circular (não me pergunte o que isto significa), você pode mexer a cabeça à vontade, que não vai interferir na recepção da imagem. Experiência própria: usar estes óculos é mais confortável, pela leveza e pelo encaixe no rosto para quem já usa óculos por algum tipo de falha na visão. Porém…

(2) Os óculos da linha Xpand trabalham com a tecnologia infravermelho pelo seguinte: as projeções em 3D de hoje em dia são digitais, pois uma projeção em três dimensões usando película exige um par de projetores funcionando simultaneamente – o que obviamente é muito caro. Logo, a relação entre a tela e a projeção é simples, pois o segredo da recepção está nos óculos. Utilizando a tecnologia de infravermelho é possível detectar a movimentação dos espectadores e “lançar as imagens” da forma correta. Como assim? Acima da tela há um outro sensor que faz essa leitura. Eu não lembro de ter visto nada acima da tela da Sala 6 do Box, mas como as moças entregavam os óculos ativando o sensor numa pequena máquina, é bem provável que realmente se use esta tecnologia.

(2.1) Mas existe aí uma desvantagem considerável: os óculos Xpand podem ser mais futuristas, malucões, mais precisos (sim, notei uma baita diferença nas imagens). Porém, eles são muito mais pesados que aqueles utilizados na rede Cinemark. Isso porque, além do sensor, eles carregam a bateria que faz o sensor funcionar. Pra isso ser resistente, exige uma armação mais pesada; e as lentes, por serem de cristal líquido, também pesam bem mais. Resultado? Cabeça mais cansada ao final e o problema mais grave: os óculos Xpand são completamente incômodos para quem já utiliza óculos para correção da visão.

Vale a pena, tio?

Vale muito. Avatar sai em desvantagem, por ter suas 2h20 de duração. Mas a experiência de ver outros filmes (a estreia desta sexta é com Como Treinar o Seu Dragão em 4 sessões diárias e Avatar ocupando a última do dia) deve ser bem divertida.

Como mencionado acima, a qualidade da recepção 3D do Box superou a do Cinemark. O que isso quer dizer? Que aqui eu senti mais a projeção dos objetos de cena sobre mim. O som começou baixinho, mas depois ajustaram e tem bastante impacto. O problema mais grave talvez esteja justamente na tela. A projeção digital da Rain não é das melhores: está sempre meio angulada, gerando curvas nas partes horizontais da janela do filme. No começo da sessão, inclusive, ela variou bastante (pareciam estar testando algo): às vezes estava full, às vezes sobrava tela para todos os lados. Estranho.

Mas o encanto com a ida ao cinema está de volta e isso é motivo de celebração.

E o resumo?

3D na Sala 6 do Box Cinemas – Prós e Contras

Prós: óculos Xpand com sensibilidade melhor ao 3D, o que rende uma experiência mais completa. Sistema de som dos bons, com ótimos graves fazendo tremer o celular no bolso.

Contras: os óculos são muito pesados e não se adequam bem a quem utiliza óculos de correção da visão; dimensões da projeção poderiam ser melhor ajustadas.

Serviço:

Cinema 3D Digital na Sala 6 do Box Cinemas
Estreia: nesta sexta, dia 02/04, com os filmes Como Treinar o Seu Dragão e Avatar.
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) – para todos os dias, sem valores promocionais.

E você, o que espera do 3D em João Pessoa? Curtiu os valores?

Fonte sobre os óculos 3D: Blog “Imagem e Som de Alta Definição”.

11 Replies to “[Cinema] Como foi a pre-estreia da sala 3D do Box Cinemas com ‘Avatar’ – Review completo”

  1. Tô ansiosa para ir ver Como Treinar seu Dragão. =3

    Os preços aqui em João Pessoa eu achei bem razoáveis – o cinema promocional em Brasília é 12,00 a estudante, e 24,00 a inteira. E além do mais, não é todo filme que você vai ver em 3D.

    Quanto aos óculos, agora fiquei com medo. Quando estive em Brasília (que foi a única experiência com cinema 3D; não sei dizer a tecologia que utilizaram no óculos) usei os óculos sem problema por cima dos meus, que também sou míope. Eles eram meio pesados, mas nada que realmente incomodasse.

  2. Só pra explicar um pouco mais sobre o método de visualização 3D que se utiliza no Box Cinemas aqui de João Pessoa…
    Diferentemente dos métodos anaglifo (aqueles mais simples com lentes azul e vermelho) e de polarização linear (utilizado no Cinemark) que filtram as imagens da tela para os seus olhos de formas diferentes (o primeiro filtra por cores e o outro por polização de luz vertical e horizontal) proporcionando a sensação de profundidade (3D), o método utilizado aqui no Box é chamado de Estéro Ativo ou Luz Intermitente. O que você falou no texto está correto, os óculos, chamados de shutter glasses, são feitos com lentes de cristal líquido e possuem um sensor que é sincronizado com um dispositivo emissor de sinais infravermelhos. Para dar o efeito 3D, este emissor realiza uma separação e emite alternadamente uma imagem para cada lente do óculos, de forma a deixar opaca uma das lentes e transparente a outra. Essas imagens permacem cerca de 1/20 a 1/8 de segundo no cérebro. É tão rápido que ninguém consegue perceber essa aternância de imagem :-) O resultado final é que cada olho acaba enxergando uma imagem diferente, induzindo o cérebro a fundir as imagens, provocando assim, a percepção de profundidade (efeito 3D). Esta tecnologia é a mais cara e proporciona a melhor qualidade no efeito 3D comparado aos outros.
    Apesar de nunca ter ido assistir a um filme 3D nos cinemas, estudo essa área de 3D, realidade virtual e etc. no meu mestrado de computação na UFPB. Infelizmente não fui a sua palestra sobre twitter na aula do professor Ed Porto :P
    Mas queria te parabenizar pelo blog e pelas mensagens enviadas pelo twitter sempre informando sobre as novidades culturais aqui de João Pessoa!
    Um abraço!

  3. Sabe o que está faltando no seu blog, que por acaso é excente? Podcast… Seria interessante vc postar tb em audio para divulgar seu livro, suas paletras, que fiquei triste em ter perdido, e outros assuntos sobre cultura e sociedade nas mídias sociais. Vai ai a dica!

  4. É, meu caro… o Diversitá já teve podcasts esporádicos, que se diluíram em meio à minha falta de tempo de produzí-los. Enfim, vc pode clicar no menu “podcasts” e acessar os antigos…mas eles são muito temporais.

  5. Muito obrigado por sua avaliação do 3D do Box Cinemas. Realmente o Box Cinemas tem uma tecnologia melhor. A percepção do peso do óculos é relativa para cada pessoa, já fizemos pesquisa sobre isso. Esta já é a segunda geração de óculos do Box Cinemas. O reultado da qualidade do Box Cinemas realmente pode ser medida se comparada a outras projeções de outros complexos. A projeção do 3D do Box, não é feita pela Rain. O Box Cinemas importou um equipamento só para isso e nesta sala vão ser exibidos somente filmes digitais em 2D ou 3D. O investimento de projetor, tela, óculos, som e máquina de higienização, chegam a 600 mil reais. Infelizmente o Box Cinemas não tempo de ajustar perfeitamente a primeira exibição e é por isso que você notou uma variação da tela no começo do filme. Este problema já foi ajustado e nas exibições de sexta-feira isso já não ocoreu mais. Por falar nisso todas as exibições ontem foram esgotadas.. O Box Cinemas promoverá ainda nos próximos meses outras mudanças no complexo, visando mais conforto e algumas outras novidades para os seus clientes. Obrigado por tudo. Frank Ramalho CEO Tag Group

  6. Olá. Ontem assisti Como Treinar Seu Dragão no Box Cinemas de Jaboatão (PE). Além desses já assisti Avatar, Bolt e Viagem ao Centro da Terra. Mas nem Avatar conseguir fazer comigo o que Como Treinar Seu Dragão fez. Saí do cinema simplesmente com cara de besta. O 3D ficou sensacional. Mas depois de tantos filmes, eu descobri o segredo: sentar na penúltima fileira lá no fundão para ter toda a tela no seu campo de visão. Gostei muuito.

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