[Música] Apaixone-se por Tulipa Ruiz ou algumas palavras sobre ‘Efêmera’

Não há dúvidas que o vídeo acima, somada à audição atenciosa de Efêmera, o debút de Tulipa Ruiz, fará você se sentir um tanto mais leve. Em meio a tantas – pois vivemos uma época de muitas-cantoras-da-nova-música-brasileira – Tulipa encanta porque é como sobremesa cheia de ecletismo coeso, que não vai durar a tarde inteira, mas rende história pra contar depois. Foi ela quem arrumou esse conceito para seu próprio álbum, como bem descreve no making of. Ela quer saber das coisas que são efêmeras, mas que nos fazem guardar sua poesia. É como diz a genial canção de abertura, homônima: Congelo o tempo pr’eu ficar devagarinho / com as coisas que eu gosto e que eu sei que são efêmeras / e que passam perecíveis, que acabam, se despedem, mas eu nunca me esqueço. Relembrar é preciso.

Ela e sua banda (donos de arranjos excepcionais) sabem a importância do detalhe que precisa ser feito com charme de comissão de frente. Você talvez ache que é um desperdício colocar Thalma de Freitas, Anelis Assumpção e Céu pra fazer backing vocal da canção que abre o álbum. Tulipa sabe que não. Só as três dariam o charme que essa música precisa. E não se ouviu backing vocal charmoso assim há uns bons anos na música brasileira. Experimente ouvir no fim de uma tarde de domingo, faz diferença.

Paro a escrita, vou à última faixa (ainda que todas as outras sejam importantes) e dou play.

Quanto tempo fazia que uma canção nacional não me conquistava como “Só sei dançar com você”? Não sei dizer. Talvez a última vez tenha sido com audição mais atenciosa a “Mochila” de Romulo Froes. O barbudão genial, que tem pontes interessantes com o trabalho de Ruiz, também participa do Efêmera fazendo alguma coisa que não sei, porque ainda não comprei o disco pra olhar encarte. Desculpa o download, Tulipa, mas é que sua música é urgente.

Você me chamou pra dançar aquele dia
Mas eu nunca sei rodar
Cada vez que eu girava parecia
Que a minha perna sucumbia de agonia
Em cada passo que eu dava nessa dança
Ia perdendo a esperança
Você sacou a minha esquizofrenia
E maneirou na condução
Toda vez que eu errava você dizia pra eu me soltar porque você me conduzia
Mesmo sem jeito eu fui topando essa parada
E no final achei tranquilo

Só sei dançar com você e isso é o que o amor faz…

Abaixo, você pode ouvir a canção e, na sequência, o novo episódio do videocast “Compacto”, que traz Tulipa.

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