A Pele que Habito, de Pedro Almodóvar (2011)

A Pele que Habito

É como se Almodóvar absorvesse algo de Brian De Palma (de “Femme Fatale”) e Georges Franju (de “Os Olhos Sem Rosto”). Era essa a sensação que tinha vendo A Pele que Habito. Estou em débito o diretor há tempos e ainda não resolvi isso por inteiro. Dele, acho que vi apenas o terrível “Matador” (dos anos 80) e a obra-prima “Fale Com Ela”. Mas que maravilha é assistir essa fita complexa que é “A Pele que Habito”. O filme não se entrega nada fácil, construindo seu mundo e seus tempos sem obedecer alguns critérios, propositalmente. Alguns atores são todos muito semelhantes, trazendo a sensação de que Almodóvar parece desejar: que tenhamos, constantemente, a impressão de que são duplos, de encanto com rostos belos, cândidos e que, como os personagens que sempre estão a observar e contemplar imagens em telas, sejamos nós como eles – na tela maior. E por não entregar tudo, como sempre, fica a nós o sabor de pensar sobre o que não foi contado no filme: as motivações, as reações e os porquês. Tentar decifra-los é a delícia.

Filme visto na Mostra Noite de Estreia, no Cinebox, Manaíra Shopping.

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