[De repente…]: Bergman se foi e, no dia seguinte chega a notícia que Michelangelo Antonioni também. Outro diretor (agora, italiano) que é considerado um dos maiores da história. Inaugurou o neo-realismo italiano com Roma, cidade aberta, mas, foi com Blow Up que foi consagrado. Inventou no cinema os chamados “tempos mortos” (captar a ausência de ação em longos planos) e, aos 94 anos, morreu na mesma segunda-feira que o sueco Ingmar Bergman.
[Crime e castigo]: Eu tenho certo pavor da política paraibana. As últimas eleições ajudaram a criar uma repulsa e tanto. Duas oligarquias (que já não se definem mais por família, mas por cores que determinam o grupo de famílias) dominam o cenário na Paraíba. O atual Governador do estado, o re-eleito Cássio da Cunha Lima teve ontem seu mandato cassado pelo TRE. O grupo verdinho teria comprado votos usando recursos de apoio à probreza no último ano do mandato. O fato, quando denunciado (além dos outros grandes escândalos, como malas cheias de dinheiro voando de janelas) ficou engasgado no grupo vermelhinho, liderado pelo outro candidato: o Sen. José Maranhão. Pois bem: não sou pró nenhum dos grupos, não faço campanha para ninguém, pois tenho meus problemas com os dois. Logo, não me sinto feliz pela derrota do grupo verdinho (como muitos ficaram, inclusive comemorando dentro do tribunal ou, até mesmo, fazendo buzinaço na frente do prédio do governador, que fica a poucas ruas daqui), pois, para mim, isso é muito sádico. A questão que anima é saber que ainda pode haver alguma justiça nessa terra. O que espero é ver não um novo governador com a mesma pompa desse que agora se vai, mas alguém disposto a fazer algo que preste, por favor.
[Natureza quase-humana]: roubando título do primeiro filme que Charlie Kaufman roteirizou, quero dar minhas 4 estrelinhas para o novo da Disney. Eu não gosto de Procurando Nemo ou de Os Incríveis, mas o ratinho me pegou de jeito. Ratatouille é sim uma das melhores animações da nova safra e talvez uma das maiores de todos os tempos (e segue muito mais a linha da própria Pixar, famosa por seus curtas). A Disney é especialista em nos fazer viajar em suas fábulas e a mistura de humanos e animais rendeu conteúdo fabuloso. Na verdade, não se sabe exatamente quem é humano e quem é rato. Incrivelmente é um filme com uma moral e tanto, sobre escolhas complicadas que rendem bens maiores e isso foi muito bem colocado nos diálogos do ratinho. Paris está um primor e a trilha sonora é do mesmo cara que compõe para Lost, o Michael Giachinno (uma nova referência no ramo). Uma película para quem gosta do mundo da gastronomia, para quem gosta de animações e fábulas, para quem não perde uma boa metáfora do nosso mundo (além da alegoria sobre a própria história recente da Disney). Não foi ver ainda por quê? Clique aqui para ótima resenha. Já se você tem interesse em uma conversa mais informal, escute o Podcast da Setor Dois Produções (grupo de alunos de comunicação da UFRN, do qual meu amigo Mateus faz parte) clicando aqui.
[Depois do Pan, a realidade]:
[Coisa de Estagiário 2 – Missão Café]
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=6fpBkoyFCCM]
Ricardo Oliveira